Por Guillermo Alvarado
O maior mercado do mundo, que abrange 2,2 bilhões de consumidores, quase um terço da população mundial, foi criado durante a Reunião de Cúpula de Nações do Sudeste Asiático ASEAN (por suas siglas em inglês).
Após vários anos de negociações, o pacto envolve os 10 membros dessa organização, mais a China, Japão, Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelandia. A Índia abandonou as negociações na fase final, mas deixou aberta a porta para sua eventual entrada.
Assim, surge um bloco comercial de força extraordinária que permitirá à China garantir uma área de influência muito importante, onde não estarão presentes Estados Unidos, nem outra potência ocidental.
A Associação Econômica Integral Regional – nome do organismo- está em linha oposta à política praticada pelo, por agora, presidente norte-americano Donald Trump de impor relações baseadas em forte isolamento e protecionismo.
O primeiro-ministro do Vietnã, anfitrião da reunião de cúpula, Nguyen Xuan Phuc, anunciou contentíssimo a assinatura do acordo após oito anos de negociações.
A maior zona de livre comércio do mundo, assegurou, enviará forte mensagem do papel destacado que joga ASEAN em apoio ao multilateralismo ao criar nova estrutura na região que revitalizará as redes de abastecimento abaladas pela Covid-19 e ajudará a recuperação pós-pandemia.
O novo mecanismo permitirá diminuir gradativamente os impostos entre os países membros. Isso facilitará o desenvolvimento da economia e o comércio sobre bases sustentáveis.
A Associação Econômica Integral Regional vai enfraquecer a influência de Washington naquela porção do mundo, especialmente depois de o governo Trump ter abandonado o Acordo Trans-Pacífico de Cooperação Econômica em 2017.
Em troca, a China consolidará sua posição num mercado próximo das suas fronteiras e como parceiro de outras economias fortes, principalmente em matéria de alta tecnologia, como Japão e Coréia do Sul.
Assim explicou o ministério de Finanças chinês em comunicado. Afirma que é a primeira vez que seu país e o Japão fecham um acordo bilateral de redução tarifária.
O futuro está na cooperação e no multilateralismo, e não no isolamento ou a imposição de regras dos mais fortes aos mais fracos. Esta verdade ficou demonstrada neste ano, quando a pandemia da Covid-19 irrompeu em nossas vidas.