Por Guillermo Alvarado
Chuva de críticas está caindo nestes dias sobre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pois é cada vez mais claro o resultado do desastroso manejo da crise sanitária causada pela Covid-19, com quase nove milhões de contagiados e 216 mil mortos.
Um exemplo do que provocou a negligência governamental é o que está se passando em Manaus, capital do estado de Amazonas, onde centenas de pessoas morreram sufocadas devido à falta de oxigênio nos superlotados hospitais.
Esta tragédia poderia ter sido evitada se o general Eduardo Pazuello - nomeado por Bolsonaro como ministro da Saúde apesar de não contar com nenhuma experiência no setor - tivesse feito caso das advertências dos médicos nos primeiros dias janeiro.
O militar foi informado faz 15 dias de que as reservas de oxigênio estavam à beira do colapso naquela cidade e ele simplesmente deixou passar a advertência.
As imagens de Manaus poderiam se repetir em outros lugares, inclusive nos principais estados brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Recentes pesquisas de opinião revelam que o apoio ao presidente está despencando. A questão é que seus erros são graves. Primeiro negou a existência da pandemia e quando já não podia seguir insistindo nesse ponto aí falou que era uma mera gripezinha.
O jornalista Eric Nepomuceno recordou em artigo publicado no jornal argentina Página 12 que Bolsonaro tinha sido convidado no mês de abril do ano passado a entrar no COVAX para a obtenção de vacinas contra o novo coronavírus, porém recusou uma e outra vez aderir a esse acordo.
Mais tarde, em agosto, a multinacional Pfizer lhe ofereceu 70 milhões de doses de seu preparado para entrega em dezembro, mas Bolsonaro não respondeu.
Agora, se viu obrigado a comprar dois milhões de imunizantes à Índia - uma gota d’água no mar de seus 210 milhões de habitantes - por um preço superior do que pagaram aqueles que tinham reservado a vacina com antecedência.
Estamos falando de uma cadeia de desacertos, que constituem uma criminosa negligência. E são cada vez mais e mais as vozes que exigem o impeachment do presidente, entre setores da direita brasileira inclusive.
A leviandade de Bolsonaro, sempre negando tomar medidas rigorosas para cortar os contágios, levou muita gente a ignorar a gravidade do caso e desdenhar os meios de proteção.
O Brasil é o melhor exemplo na região do que NÃO se deve fazer para garantir a vida e a saúde dos habitantes.