Alívio incompleto

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-01-29 17:42:16

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Por Guillermo Alvarado

O mundo sentiu alívio quando se informou da decisão dos presidentes da Rússia Vladimir Putin e dos Estados Unidos Joe Biden de prorrogar por cinco anos (até fevereiro de 2028) o pacto bilateral de limitação de armas nucleares.

Esse instrumento, cujo nome completo é Tratado de Redução e Limitação de Armas Estratégicas Ofensivas entre Rússia e Estados Unidos, esteve na mira do ex-presidente Donald Trump, que, por sorte, não teve tempo de destruí-lo.

O novo START estabelece que nenhuma das duas potências  poderá contar com mais de 1.550 ogivas nucleares, 800 rampas de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais e 700 unidades operativas com capacidade nuclear em submarinos ou em bombardeiros.

Uma unidade nuclear operativa é nada mais e nada menos do que uma bomba totalmente pronta para ser lançada pelo meio que for.

Podemos ver que a quantidade de apetrechos atômicos disponíveis para as duas potências ainda é capaz de destruir várias vezes nosso planeta e apagar para sempre qualquer vestígio de vida animal ou vegetal.

Não obstante, é um passo para frente se levarmos em conta que, em 2020, as duas nações tinham, em total, mais de 12 mil bombas atômicas, das quais 2.700 estavam instaladas.

No período da chamada Guerra Fria entre Estados Unidos e a então União Soviética se alcançou a insensatez de fabricar e armazenar umas 71 mil ogivas nessas potências nucleares.

Naquele tempo, a segurança mundial se baseava no denominado “equilíbrio do terror”, segundo o qual um rival não atacava o outro porque tinha certeza de que a resposta seria tão brutal que ambos – e todos os demais – seriam totalmente destruídos.

Segundo disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores Serguei Ribakov, o prazo de cinco anos concedido ao novo START permitirá iniciar negociações mais profundas para estabelecer novos parâmetros de segurança.

Em verdade, o melhor parâmetro de segurança seria a eliminação total desses arsenais. Isso significaria um escalão superior no desenvolvimento da espécie humana.

Já temos problemas em quantidade suficiente (mudança climática, Covid-19 e outras eventuais pandemias) para continuar esperando sentados que, algum dia, por mera irresponsabilidade, nosso mundo vire um cogumelo atômico suspenso no meio da Via Láctea.

 

 



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