Por: Guillermo Alvarado
A chegada de mais e mais migrantes do México e da América Central está produzindo engarrafamento na fronteira com Estados Unidos, especialmente devido ao crescente número de menores de idade não acompanhados.
Alguns meios de comunicação culpam os traficantes de pessoas, os chamados “coiotes”, pelo fluxo migratório. Esses bandidos estão espalhando a mentira de que o governo de Joe Biden vai abrir as portas como parte do desmantelamento da política de Donald Trump.
É verdade que foram dadas algumas ordens executivas para cancelar as medidas mais drásticas de Trump, porém as mensagens da Casa Branca têm sido categóricas: não são tempos de viajar aos EUA.
Ainda assim, as estatísticas mostram que está aumentando o número de pessoas na fronteira entre México e aquele país.
No mês de fevereiro, a patrulha fronteiriça capturou perto de 100 mil pessoas sem documentos, das quais 9.400 eram crianças que viajavam sozinhas. Procuraram atravessar a fronteira 12 por cento a mais de adultos, 90 por cento a mais de menores não acompanhados e 281 por cento mais de famílias.
O jornal The Washington Post informou da presença de 4.200 menores em centros de detenção, muitos deles levam mais de 72 horas detidos, prazo máximo estabelecido pela lei para permanecer nesses lugares.
Os menores de idade só podem ser retidos três dias e passam ao cuidado de abrigos do departamento da Saúde, que deve entregá-los a famílias que se encarregarão de cuidar deles enquanto se resolve seu caso.
Todavia, isso não está funcionando do jeito que deve. De um lado, devido ao elevado número de detenções diárias, que variam de 400 a 500. Do outro, a Casa Branca argumenta que o governo anterior deixou um sistema desordenado e ineficaz, e eles estão tratando de arrumá-lo.
O problema, porém tem outra origem. Estamos falando na violência, nas doenças e na fome que persistem nos países emissores de migrantes, para lá de normas e regulamentos fronteiriços.
Muitas crianças que estão se amontoando na porta do “paraíso” (Estados Unidos) são oriundas de lares muito pobres, onde mal se sobrevive. Outras fogem das terríveis quadrilhas de malfeitores conhecidas como “maras”. E quase todos procuram oportunidades que em seu próprio país não têm.
Quando este problema se resolver, eles, ou talvez seus filhos, viajarão aos EUA de férias ou por mera curiosidade. Agora querem ir lá porque preferem morrer no intento de atravessar a fronteira do que em seu lugar de origem.