Por: Maria Josefina Arce
A água, tão necessária para a vida, se tornou ainda mais imprescindível nestes tempos de pandemia devido às medidas higiênicas e sanitárias que se devem tomar para evitar o contágio e a propagação da Covid-19.
Todavia, as desigualdades existentes fazem desta problemática um desafio mundial cuja magnitude tornou-se evidente quando surgiu a doença causada pelo novo coronavírus.
A cada 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água, desde 1993. Em 2021, ante a emergência sanitária que vive o planeta, essa data se conhece como “água para conter o coronavírus”.
É um verdadeiro desafio, se levarmos em conta que quase 30 anos depois de ter sido implementada essa jornada pelas Nações Unidas, uns três bilhões de pessoas no mundo não têm acesso ao precioso líquido.
Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde – perto de 1,8 bilhões de pessoas correm maior risco de contrair a Covid-19 e outras doenças porque recebem tratamento médico ou trabalham em centros de saúde que não contam com serviços básicos de água.
Nos países mais pobres, um de dois hospitais não tem água e um de quatro não dispõe de instalações para lavar as mãos.
Na América Latina, que possui 31 por cento das fontes de água doce do planeta, quase 40 milhões de seus habitantes carecem de água potável, ainda que reconheçam que o acesso a esse recurso é um direito humano.
Muitos latino-americanos não têm água encanada, apesar de ser essencial, hoje, para evitar contagiar-se com a Covid-19.
Esta situação castiga os mais pobres, é claro. Segundo a CEPAL – Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe – a região atingiu em 2020 seu mais elevado nível de pobreza extrema nos últimos 20 anos.
CEPAL afirma que mais de 20 milhões de pessoas caíram na pobreza durante a pandemia, portanto, o número de cidadãos que engrossa o exército dos pobres na América Latina e Caribe subiu a 209 milhões.
O Dia Mundial da Água convida a pensar nesta problemática, a adotar ações urgentes e a eliminar o aspecto mercantil para garantir a todos o acesso ao vital líquido, objetivo número um da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
Porém, também convoca a economizá-la, pois está sujeita a pressões como o aumento demográfico, a mudança climática e a poluição. Se não forem tomadas medidas, em apenas quatro anos 1,8 bilhões de pessoas viverão em países ou regiões onde não haverá água.