Mais do que vacinas

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-04-05 15:17:53

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Foto / Consultor salud

Por: Guillermo Alvarado

Afora algumas exceções, entre as quais se destaca Cuba, pequeno país submetido a um brutal bloqueio por parte dos EUA, a Covid-19 mostra, em muitos lugares, as piores facetas do ser humano: o egoísmo, a corrupção e a ambição desmedida de organizações criminosas.

Países ricos estão açambarcando bom número de vacinas, muito acima do tamanho de sua população; políticos e funcionários furam fila para se imunizarem, na frente das pessoas em risco; e há grupos ocultos que se aproveitam das necessidades das pessoas para fazer negócios sujos.

Cargas de imunizantes e testes para diagnosticar o vírus - presumivelmente falsos - que foram interceptadas em vários países, entre eles o México, revelam a presença de um mercado negro internacional muito ativo.

Nem tudo, porém, é negativo. Prova disso é o caso de Cuba, onde duas vacinas de fabricação nacional (Soberana 2 e Abdala) se acham na última fase de seu desenvolvimento com a participação de centenas de milhares de voluntários para comprovar sua eficácia contra o novo coronavírus.

Outras duas (Soberana 1 e Mambisa) estão avançando, assim como Soberana Plus, uma reformulação de Soberana 1 destinada a convalescentes.

Certa feita alguém me perguntou se há neste país o conhecimento e a tecnologia suficientes para um feito científico tão importante.

Claro que sim. Recordei a enorme experiência acumulada desde que, em 1962, se criou o Programa de Imunização para combater doenças transmissíveis que eram a principal causa de morbidade e mortalidade infantil.

Ademais, um estudo que abrange o período 1962-2016 assinala que se aplicam todos os anos, em média, 4, 8 milhões de doses de vacinas simples ou combinadas que protegem contra 12 doenças, inclusive uma pentavalente cujos cinco componentes são produzidos aqui.

O mencionado estudo foi elaborado por um grupo de especialistas cubanos e publicado na Revista Pan-Americana de Saúde Pública em 24 de abril de 2018.

Assinala que em Cuba a vacinação é gratuita, de acesso universal, faaz parte do atendimento primário de saúde; a informação e a vigilância epidemiológica são sistemáticas, fiáveis e sensíveis.

Diante da atual emergência sanitária global por causa da pandemia, aqui participa a população por meio de suas organizações sociais e um sistema que conta com 11 mil postos do médico e a enfermeira da família, 449 policlínicas e 150 hospitais, para além de institutos e centros de pesquisa.

Vale recordar que, em Cuba, há mais do que vacinas contra a Covid-19, tem um país inteiro com experiência e disposição.

 

 

 

 



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