Ganhos indecentes

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-04-21 16:53:01

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Por: Guillermo Alvarado

Os fabricantes de armas aparecem nos primeiros lugares das grandes empresas que lucram com as desgraças do mundo. Porém o visto nos últimos meses obriga a incorporar a essa lista as corporações farmacêuticas, que estão fazendo polpudos negócios com a Covid-19.

O jornal mexicano La Jornada detalha que as sete maiores empresas farmacêuticas no planeta se arranjaram para potenciar seu valor em 152 bilhões de dólares no meio da crise sanitária.

No tempo em que a economia global ruiu, em primeiro lugar nas áreas de comércio, turismo e serviços, o capital dessas poderosas firmas disparou nos mercados financeiros e continua subindo.

Quando começou a pandemia, a Johnson & Johnson (a maior de seu tipo) valia na bolsa 384, 272 bilhões de dólares. Já em abril de 2021 seu valor tinha subido a 422 bilhões.

Os ativos de AstraZeneca, muito questionada pelos maus resultados de sua vacina contra a Covid-19, não cresceram, mas a empresa também não perdeu, porque continua com o mesmo capital que tinha faz um ano.

A Fundação para o Acesso aos Medicamentos assinalou que a indústria farmacêutica reagiu ante a Covid-19 quando foi evidente que a doença também castigava os países ricos.

Se a doença tivesse permanecido como problema do mundo pobre, jamais teriam competido essas empresas pelas vacinas como ora estão fazendo.

É uma questão de dinheiro. As multinacionais só se movem em função dos ganhos. Por isso, desde 2018 as pesquisas farmacêuticas focalizam as “doenças que dão lucro”, como o câncer, cujo tratamento é caríssimo.

Foram postas de lado as doenças infecciosas transmissíveis, como a dengue, a raiva, o tracoma e outras que sumiram do foco desses consórcios, porque afetam pouco o mundo desenvolvido.

A vacina contra a Covid-19 é outra coisa, porque esses comerciantes perceberam que se abria uma grande oportunidade de negócios. De fato conseguiram bastante dinheiro estatal grátis para apoiar o processo de pesquisa.

Muitos países, entre eles vários da América Latina, não conseguiram fechar um só contrato até o dia de hoje para comprar os imunizantes que esses laboratórios produzem. Será bem difícil que o consigam, porque a solidariedade não é moeda corrente nesse tipo de negócios. 



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