Crime e castigo?

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-04-22 21:34:35

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Imagen / Russia Today

Guillermo Alvarado

Grande satisfação causou em diferentes setores da sociedade norte-americana a decisão do júri de declarar culpado o policial Derek Chauvin, indiciado por assassinar o cidadão negro George Floyd. Muitos julgam, todavia, que uma verdadeira justiça ainda está bem longe.

Ao longo de três semanas, os membros do júri escutaram mais de 40 testemunhas e assistiram a um vídeo onde se vê o policial apoiar o joelho no pescoço da vítima durante nove minutos e meio, até matá-lo por asfixia.

Chauvin foi declarado culpado por três delitos que poderiam mantê-lo 40 anos na cadeia. Porém, a decisão final está nas mãos do juiz, que pode encurtar a sentença por carecer de antecedentes.

Ao ser anunciada a decisão do júri, milhares de pessoas estouraram de alegria, muitas membros de minorias étnicas, congregadas em frente ao tribunal de Minneapolis, e noutras cidades.

O irmão de Floyd disse à imprensa “agora podemos respirar tranquilos” aludindo às últimas palavras de George antes de morrer.

Todavia, não faltaram os que recordaram que o racismo sistêmico nos Estados Unidos e a brutalidade da polícia continuam vivos.

O jornal The New York Times lembrou que desde o inicio do julgamento contra Chauvin, em 29 de março passado, umas 64 pessoas morreram nos Estados Unidos abatidas pela polícia e mais da metade eram negros e latinos.

Há casos que, dadas suas características, provocaram revoltas, como a morte do afro-norte-americano Daunte Wright, que recebeu um tiro no peito desfechado por uma policial branca, Kim Potter, quando tinha as mãos levantadas para se entregar após um acidente de trânsito.

Potter afirma ter confundido sua pistola de choque com o revólver de serviço, um argumento pouco convincente, porque, segundo os peritos, são armas muito diferentes por seu formato e peso.

Em Columbus, Ohio, um policial acaba de matar uma menina de 16 anos Ma’Khia Bryant, por  tentar agredir outras duas adolescentes presumivelmente com uma faca. O policial não tentou desarmá-la nem dissuadi-la, simplesmente desfechou quatro tiros contra a garota à curta distância.

Um membro da minoria étnica tem mais chances de ser abatido pela polícia do que um branco, o que deu origem a movimentos como “Vidas negras importam”, que vão continuar existindo até que haja um verdadeiro sistema de justiça que não só castigue aqueles que matam, mas também evite tantas mortes desnecessárias.

 

 



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