Se cree que la causa de la tragedia fue por cilindros de oxígeno mal almacenados. Foto / Reuters.
Guillermo Alvarado
Mensagens de pêsames e solidariedade estão chegando ao Iraque de diferentes lugares do mundo pela morte de ao menos 82 pessoas e dezenas de feridos na explosão que destruiu sábado passado um hospital onde estavam internados doentes de Covid-19.
Vários tanques de oxigênio incorretamente armazenados, sem o mínimo requisito técnico, provocaram a tragédia.
Muitos morreram porque na hora de socorrer os doentes foram obrigados e separá-los dos respiradores mecânicos aos quais estavam ligados devido à gravidade de seu estado.
Todos coincidem em que as péssimas condições do lugar e de toda a infra-estrutura hospitalar iraquiana em geral, assim como a corrupção que penetra boa parte do aparato administrativo local são o denominador comum desse doloroso acontecimento.
Porém, nada disso é fortuito, não. É o resultado de uma guerra injusta lançada em 2003 pelos Estados Unidos e seus aliados, com a benção do Conselho de Segurança da ONU e o propósito verdadeiro de se apoderar das riquezas energéticas do Iraque,
Todo o mundo sabe que os pretextos utilizados para a invasão era que o governo de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, que apoiava o terrorismo internacional e pretendia construir a bomba atômica. Tais argumentos eram totalmente falsos.
O próprio secretário de Estado norte-americano naquela época, Collin Powell, admitiu mais tarde cada uma de suas mentiras.
Para o povo do Iraque foi muito mais do que isso, porquanto provocou ruptura brutal de sua vida, sua cultura, história, tradições e instituições.
Tudo se fez em pedaços, como ocorreu no Afeganistão e a Líbia, ou qualquer outro lugar onde os Estados Unidos tenha ido para impor sua “democracia”.
Não há informação exata de quantas pessoas morreram, todavia em 2006 a revista médica Lancet estimou um numero de 650 mil mortos adicionais causados pela destruição da infra-estrutura sanitária do país.
Antes da chamada “Guerra do Golfo” muitas pessoas da região viajavam ao Iraque para receber atendimento médico, que tinha muito prestígio. Depois da invasão, esse sistema simplesmente colapsou.
É duro falar nisso, mas muitos países que agora estão enviando mensagens de pêsames e de solidariedade a Bagdá, em 2003 mandaram bombas e soldados.
Os mortos e feridos no hospital destruído no último sábado são, portanto, baixas colaterais de uma guerra que ainda está latente naquele país.