Os ricos se entrincheiram

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-06-15 15:16:59

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Los líderes del G-7 durante la cumbre en Carbis Bay (Reino Unido).EFE / EPA / Neil Hall.

Guillermo Alvarado

Os membros do clube de países mais ricos do planeta, o Grupo dos 7, ou simplesmente G-7, se reuniram, após intervalo de dois anos por causa da pandemia da Covid-19, na cidade inglesa de Carbis Bay. E atualizaram suas políticas hegemônicas, afirmaram seus interesses e exprimiram seus temores.

O encontro foi alguma coisa assim como a apresentação do novo presidente dos Estados Unidos Joe Biden, após o tumultuoso período de Donald Trump, cuja política de isolamento fez com se distanciasse de seus parceiros habituais.

Igualmente, permitiu traçar as trincheiras ante duas potências que estorvam Washington, as capitais européias e uma porção de Ásia: as repúblicas da Rússia e a China, cuja influência cresceu notavelmente nos tempos da crise sanitária global.

Aberta ou indiretamente, boa parte dos acordos contidos na Declaração de Carbis Bay objetiva compensar o papel que esses dois países estão desempenhando entre as nações cujas receitas são médias e baixas, em outras palavras, a maior parte do mundo.

Repetiu-se a hipócrita preocupação com a suposta violação dos direitos humanos nas regiões chinesas de Xinjiang e Hong Kong, assim como a suposta desestabilização e ingerência russa em outros países.

De novo, focalizaram a origem do vírus da Covid-19 que, dizem, teria saído de um laboratório chinês situado em Wuhan.

Por sinal, um jornalista norte-americano que tocou recentemente esse assunto foi Michael Gordon, o mesmo que em oito de setembro de 2002 publicou um artigo em The New York Times acusando Saddam Hussein de possuir armas nucleares, o pretexto que derivou na invasão ao Iraque em 2003.

O G-7 prometeu que contribuiria para acabar com a pandemia atual por meio da doação de um bilhão de vacinas aos países pobres, uma medida louvável, mas insuficiente para eliminar esta terrível ameaça que paira sobre a nossa espécie.

O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown recordou que se precisa não de um bilhão, mas de onze bilhões de doses para conter a Covid-19.

Pelo mesmo caminho vão as declarações sobre a necessidade de brecar o aquecimento global e a deterioração do meio ambiente.

O diretor da organização Green Peace no Reino Unido, John Sauven, afirmou que sem acordo formal para pôr fim a todos os projetos de combustíveis fósseis no mundo neste ano, o plano não poderá ser cumprido.

Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão e Canadá, atolados em suas trincheiras, não chegaram nem à altura daquele princípio do Gattopardo que diz assim: se quisermos continuar vivendo como até agora, devemos começar a mudar.

 



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