Por Guillermo Alvarado

Presidentes e ex-presidentes, algum rei, políticos, funcionários e celebridades são os atores principais do mais recente escândalo financeiro que percorre o mundo, ligado a lavagem de ativos, corrupção, sonegação de impostos e outras ilegalidades.

Os dados foram vazados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Pesquisa, cujos membros espalhados pelo mundo revelaram longa lista de multimilionários que utilizam empresas falsas e outras argúcias para esconder uma parte de suas fortunas.

É claro que não é o primeiro, nem será o último, caso desse tipo, que vem sendo algo endêmico no clube dos poderosos, que nunca têm tanto para não ambicionar mais, mesmo torcendo as leis.

O consórcio deu o nome de Papéis de Pandora às suas investigações, que são o resultado da análise de milhões de documentos, nos que se prova que apesar dos esforços de algumas instituições, os paraísos fiscais continuam funcionando sem constrangimento.

Não se trata de um assunto técnico, porque tem um impacto verdadeiro na capacidade do Estado para garantir o bem-estar da população.

Quando um grupo de sujeitos sonega impostos, está descarregando nas costas do povo o custo dos serviços públicos, ou impedindo que estes se realizem, o que prejudica, em primeiro lugar, os mais pobres ou desamparados.

Os Papéis de Pandora assinalam que só na América Latina e o Caribe sonegaram impostos no valor de 40 bilhões de dólares, que se fossem bem administrados, teriam gerado desenvolvimento e bem-estar, especialmente nestes tempos de pandemia.

Entre os que participaram deste enorme roubo, mencionam-se os nomes de três presidentes conservadores em exercício: Sebastián Piñera, do Chile, Guillermo Lasso, do Equador e Luis Abinader, da República Dominicana, todos com empresas offshores.

No Brasil, estão salpicados Paulo Guedes, ministro da Economia e amigo íntimo de Jair Bolsonaro, e o presidente do Banco Central, Campos Neto, outro homem de confiança do executivo.

Enquanto sujeitos como esses enriquecem mais e mais, milhões de latino-americanos estão caindo nas garras da pobreza e suas famílias têm de batalhar todos os dias pela sobrevivência.

A lista completa dos envolvidos ainda não foi publicada, porém há nomes que não vamos esquecer, porque embolsaram o dinheiro que era indispensável para aliviar as penas de milhões de seres humanos.