O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken disse que seu país continua reconhecendo o impostor Juan Guaidó sob o pretexto de que as recentes eleições regionais acontecidas na Venezuela não foram válidas, apesar da vitória categórica obtida pelo legítimo governo de Nicolás Maduro.
Esse sujeito mantém a falsa premissa de que Washington é o árbitro idôneo para determinar quando as eleições funcionam e quando não funcionam, se o país em questão se submete ou se rebela contra as apetências da Casa Branca.
Para o azar de Blinken, suas declarações prepotentes ocorreram quase ao mesmo tempo em que um perito da ONU determinou que há leis nos Estados Unidos que impedem que milhões de pessoas possam exercer seu direito de votar.
O relator especial sobre assuntos de minorias, Fernand de Varennes, resumiu assim sua visita. Em muitos lugares nos Estados Unidos- disse – existe uma quase tirania das maiorias brancas, que insistem em se reservar o direito de escolher as autoridades.
Em videoconferência, Varennes comentou que Estados Unidos tem uma legislação incompleta em matéria de direitos humanos e sua proteção.
Tal deficiência – explicou- faz com que milhões de norte-americanos, especialmente as minorias étnicas padeçam desigualdade, discriminação e até exclusão, e sejam alvos de discursos de ódio e crimes derivados dessa situação.
Os membros da comunidade negra nos EUA têm muito menos possibilidades de participar de eleições locais e federais, e muito mais de serem encarcerados e desprezados nas redes sociais, afirmou Varennes.
Igualmente detalhou que nos EUA funcionam diferentes níveis de cidadania, se referindo à população de Porto Rico, território reclamado por Washington como “livre associado”, mas cujos habitantes não podem votar nas eleições presidenciais norte-americanas.
Imaginem vocês a gritaria que haveria em Miami e noutros lugares se essas anomalias ocorressem, por exemplo, em Cuba, Nicarágua ou Venezuela!
Acontece que na democracia perfeita, como os EUA acham que é a sua, negar ou barrar o direito de voto a milhões de negros, asiáticos ou hispânicos, brancos pobres e desamparados, não só é legal, mas também referendado pela Suprema Corte de Justiça.
Se alguém achar que é um exagero, dê uma olhada nas leis sobre a restrição ao voto aprovada neste ano em Texas e Arizona, para citar apenas dois exemplos.