Foto: El Periódico
A eleição de Xiomara Castro para a presidência de Honduras significa um novo alento para essa nação, a mais pobre da América Central e castigada pela corrupção, a violência do crime organizado e dos malfeitores.
A presença maciça dos votantes nas mesas eleitorais foi um fator importante que contribuiu para a vitória de Xiomara. Participaram 3,2 milhões de eleitores dos 5,1 milhões cadastrados, o que revela o anseio de boa parte da população de que haja uma mudança que traga paz e desenvolvimento.
Os primeiros sete meses de 2021 foram especialmente violentos em Honduras, com 2.188 assassinatos, 13 por cento mais com relação ao ano anterior.
Para além da violência impelida pelo crime organizado e as quadrilhas, as chamadas “maras”, Honduras também padeceu elevados índices de corrupção em quase todos os níveis da administração pública.
Os dois candidatos que escoltam Xiomara Castro nos resultados eleitorais, Nasry Asfura e Yani Rosenthal, estiveram envolvidos em diferentes escândalos desse tipo.
Asfura, do Partido Nacional, o mesmo do até agora presidente Juan Orlando Hernández, foi acusado em 2020 de malversar dinheiro público e assinalado como responsável de tráfico de influências. Seu nome aparece em Pandora Papers sobre desvio de dinheiro para paraísos fiscais.
Rosenthal, indicado para presidente pelo Partido Liberal, esteve três anos preso nos EUA pelo delito de lavagem de dinheiro.
Aliás, uma das promessas de campanha de Xiomara Castro foi acabar com esses males. Em sua primeira declaração, quando a contagem de votos lhe proporcionava folgada vantagem, disse que queria deixar fora a guerra, o ódio e os esquadrões da morte, a corrupção e o tráfico de drogas.
Sem dúvida, será necessário concentrar muito esforço em atingir estas metas num país onde quase 60 por cento dos habitantes vivem debaixo do limite da pobreza, que piorou com a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19.
Falta saber qual será a composição do novo Congresso da República dominado até agora pelo Partido Nacional e que se continuar assim vai obstaculizar a gestão do governo.
De qualquer maneira, muitos hondurenhos respiram aliviados. Para eles, por enquanto, a única saída é a migração, quase forçada, aos Estados Unidos, uma aventura com pouquíssimas possibilidades de êxito.