Armas en Estados Unidos
O prefeito da cidade norte-americana de Nova York, Eric Adams, pediu ajuda ao governo federal para conter o tráfico de armas de fogo naquela cidade. Nos últimos dias, tinham ocorrido vários incidentes que deixaram mortos e feridos.
Adams recordou que não existia nenhuma fábrica de armas naquela cidade. Além disso, tinham sido postos em vigor controles muito rigorosos para sua venda e porte, mesmo assim milhares desses artefatos entram ilicitamente em Nova York, provenientes de outros lugares do país.
É louvável o que está pedindo o prefeito, porém tem poucas chances de êxito nos Estados Unidos, onde o porte de armas de fogo e a violência que as mesmas provocam estão enraizados na cultura da população e no modo em que funcionam os mecanismos do governo.
Nas últimas décadas, nenhum governo foi bem-sucedido em conter essa praga, simplesmente por que os fabricantes e comerciantes, por meio da Associação Nacional do Rifle, estão por trás das campanhas para eleger governadores, senadores, representantes e até presidentes.
Desta maneira, Estados Unidos se tornou um dos maiores arsenais em todo o planeta, e a tendência vai aumentando com o passar dos anos.
Hoje em dia, lá existem 120 armas para cada 100 habitantes, e se incluíram bebês, crianças e idosos na conta.
Conforme estudos internacionais, os Estados Unidos são os principais exportadores de pistolas, revólveres, fuzis e metralhadoras no planeta, sem contar armamento pesado terrestre, aéreo ou marítimo.
São, também, os maiores importadores desses artefatos, o que representa um gasto anual de 2,2 bilhões de dólares. Bem longe, o Canadá aparece em segundo lugar na lista que gasta 350 milhões.
Em outras palavras, não só fabrica e vende mais, mas também é que mais compra no mercado internacional.
Os custos sociais e humanos desse comportamento irracional são óbvios. Nas primeiras duas semanas de janeiro de 2022 morreram abatidas a tiros 1.551 pessoas, que representam 110,8 seres humanos eliminados ao dia, ou 4,6 a cada hora.
As estatísticas levam em conta os que são atacados por diversos motivos, e aqueles que decidem se suicidar com o recurso que está mais pertinho deles: uma arma de fogo.