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Por Maria Josefina Arce
A Colômbia deu um novo passo rumo à esperada e desejada paz. O governo do presidente Gustavo Petro e o guerrilheiro Exército de Libertação Nacional concordaram, em Caracas, em retomar as negociações.
Em novembro, em sedes rotativas, sendo Venezuela, Cuba e Noruega garantes, o diálogo será retomado com a participação da sociedade. As duas partes se comprometeram a buscar os mecanismos necessários para que sua presença seja efetiva.
Sem dúvida, os dois lados querem que as negociações sejam bem-sucedidas, para que o país se estabilize, sarem as feridas e cada colombiano possa progredir.
Desde que assumiu a presidência, em agosto passado, Gustavo Petro deseja que a aproximação do ELN seja uma realidade. Durante sua campanha eleitoral, tinha deixado claro que a consecução da paz total seria prioridade de seu governo.
Vale recordar que o diálogo com o ELN, promovido pelo ex-presidente Juan Manuel Santos, foi interrompido por Ivan Duque, seu sucessor. Durante seu mandato, Duque nunca mostrou o menor interesse em implementar o acordo de paz conseguido em Havana, em 2016, entre o governo de Santos e a ex-guerrilheira FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo.
Os quatro anos de governo de Duque estiveram marcados pela violência. Os massacres e assassinatos de líderes sociais, defensores dos direitos humanos e de ex-combatentes se tornaram casos corriqueiros na Colômbia, apesar de o acordo assinado em Havana conter os mecanismos necessários para evitar esses atos criminosos.
O governo de Duque nunca garantiu a segurança dos que cumpriram o acordo de paz e depuseram as armas. Mais de 300 ex-guerrilheiros foram assassinados nos últimos quatro anos.
Outros pontos do acordo, como a Reforma Rural Integral, também não foram implementados. No entanto, era de muita importância levando em conta que a Colômbia é o país mais desigual da América Latina quanto ao acesso a terra. Foi justamente isso que desencadeou o conflito armado junto com outras desigualdades.
O presidente Gustavo Petro abriu um novo caminho para a instauração da paz verdadeira, obstaculizada pelo governo anterior.
A esperança toma conta da Colômbia, que almeja a paz com justiça social.