Por Roberto Morejón
Relação estratégica, parceiro importante e potencial de desenvolvimento extraordinário. São algumas frases utilizadas por dirigentes e porta-vozes da Rússia e Cuba quando se referem aos fortes vínculos entre as duas nações.
Esses pontos de vista ilustram a profundidade dos intercâmbios, frequentes no plano político, em muitos aspectos coincidentes, e no econômico.
Para os cubanos, a Rússia e a ex-União Soviética sempre estiveram atentas quando a Ilha atravessou etapas cruciais.
Projetos importantes em áreas estratégicas como energia, transporte, turismo, biotecnologia e comércio marcam as relações cubano-russas.
Em 2021, Rússia foi um dos parceiros comerciais mais importantes de Cuba, 5º em nível mundial e segundo na Europa, a partir de operações comerciais que aumentaram 93% comparados com 2020.
Cuba está enfrentando uma difícil situação por déficit na produção de eletricidade e dependência de importações de petróleo, portanto, vê com esperança um projeto bilateral na província de Mayabeque, no oeste cubano.
Trata-se de impulsionar o campo petrolífero em Boca de Jaruco a fim de aumentar a produção de óleo pesado.
Os trabalhos correm por conta de experientes técnicos cubanos e da empresa russa Zarubeshneft, com tecnologia apropriada para o primeiro poço horizontal em modo de fluxo.
São vastas, também, as perspectivas em outras áreas: agricultura, ciência, tecnologia, meio ambiente, saúde, educação, turismo, este último à espera de recuperar os importantes fluxos de visitantes russos.
É claro que os estrategistas estão estudando como driblar os obstáculos na execução dos procedimentos de cooperação.
De um lado, Cuba padece o bloqueio comercial, econômico e financeiro dos EUA faz mais de 60 anos, inclusive foi colocada numa lista de supostos patrocinadores do terrorismo, elaborada pelo governo norte-americano. Do outro, a Rússia é alvo de restrições cada vez maiores, sanções que impõem Washington e seus aliados europeus.
Não foi à toa que o vice-primeiro-ministro cubano Ricardo Cabrisas ressaltou em Moscou que é necessário coordenar os passos para neutralizar os efeitos das políticas seletivas e medidas unilaterais contra os dois países.
A importante visita à Rússia do presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, contribui para cumprir o acertado e chegar a novas pautas.