Por Maria Josefina Arce
Cuba sempre advogou por uma migração ordenada, regular e segura, para salvaguardar a vida. Esta posição tem sido reiterada em fóruns internacionais e nos diálogos sobre o tema que manteve com EUA.
Na última quarta-feira, as duas partes se reuniram outra vez, em Washington, dando continuidade aos encontros realizados em abril do ano passado, na capital dos EUA, e no mês de novembro do mesmo ano, em Havana.
As autoridades cubanas assinalaram que em 2022 foram dados passos positivos, como a retomada da concessão de vistos na embaixada norte-americana em Havana, um trâmite que fora suspenso em 2017 pelo governo de Donald Trump. Daquela feita,o ex-presidente falou de ataques sônicos contra funcionários da embaixada, que teriam relatado transtornos de saúde.
Recordemos que pessoal cubano altamente qualificado realizou exaustiva investigação e não encontrou nada desmascarando a falsidade do pretexto utilizado por Washington para endurecer sua política hostil.
Agências de inteligência dos EUA tiraram a conclusão que era muito improvável que os mencionados transtornos estivessem associados a um ator estrangeiro ou uma arma de energia.
Historicamente, Cuba garantiu a segurança dos diplomatas estrangeiros e nem sequer nas etapas mais tensas entre os dois países foram agredidos a sede diplomática norte-americana e seus funcionários.
Não obstante os avanços registrados no tema migratório, Cuba assinalou em Washington que ainda existem incentivos para a imigração irregular, por exemplo, a persistência de medidas extremas e desumanas que atentam contra o bem-estar da população na Ilha.
Ao bloqueio econômico, comercial e financeiro, condenado em 30 ocasiões pela Assembleia Geral da ONU, se soma a Lei de Ajuste Cubano, implementada em 1966 e que, desde então, privilegia os migrantes cubanos que entram em território norte-americano.
A outra questão que denunciou Cuba no encontro é a recente concessão de asilo político ao sequestrador de um avião, em aberta violação dos acordos entre as duas nações, do direito internacional e da aeronáutica civil, para lá de que a impunidade de ações como esta constituem um precedente negativo e perigoso.
Declaração da chancelaria cubana sobre o fato, em março passado, recorda que a história de pirataria aérea tolerada pelos Estados Unidos com o propósito de desestabilizar e hostilizar Cuba é bem conhecida e suas consequências têm sido muito negativas e sensíveis.
Mais uma vez Cuba deixou clara sua disposição de cumprir e respeitar, como tem feito até agora, os compromissos estabelecidos, e dar continuidade às rodadas de negociações no tema migratório entre as duas nações vizinhas.