Telesur
Por Maria Josefina Arce
Os argentinos continuam manifestando seu apoio à vice-presidente Cristina de Kirchner, alvo de perseguição política que, levada ao plano judicial, fabricou falsas acusações para tirá-la da vida política do país e impedir que seja candidata em pleitos eleitorais.
Sob o lema “A cidade com Cristina”, se realizou em Buenos Aires o terceiro encontro de apoio nos últimos meses. Os dois anteriores aconteceram em 11 de março e 1º de abril.
No último dia 13, centenas de pessoas se congregaram na capital, nos arredores do Palácio de Tribunais, para exigir reforma judicial e o fim das agressões contra Cristina de Kirchner.
Em dezembro de 2022, a ex-presidente foi condenada a seis anos de cadeia e à cassação de seus direitos políticos por supostas irregularidades na adjudicação de 51 obras de 2003 a 2015. A vice-presidente rejeitou e desmentiu que tivesse feito isso nas audiências de três anos de duração.
Cristina de Kirchner denunciou a existência de uma máfia, um Estado paralelo e, em várias ocasiões, assinalou que a sentença já estava escrita. De fato, os promotores envolvidos no caso estão ligados ao ex-presidente direitista Maurício Macri.
Tudo isto decorre no meio de uma feroz campanha midiática cujo propósito era que a sociedade argentina acreditasse nas falsas notícias que inundavam os grandes meios de comunicação dia a dia para desmoralizar, criminalizar e minar o apoio popular com o qual conta.
Um escândalo que estourou em dezembro passado mostra que Cristina de Kirchner tinha razão. Vários juízes, políticos e empresários fizeram em outubro uma viagem paga a Bariloche, à fazenda de um milionário britânico amigo de Macri. No grupo, estava o juiz Julián Ercolini, instrutor da causa contra a vice-presidente.
Em setembro passado, Cristina tinha sido vítima de um frustrado atentado na porta de sua casa. Os supostos mentores não foram acusados formalmente, e o poder judicial não comentou o que se passou.
A perseguição contra a ex-presidente é outro capítulo de um plano cuja força foi aumentando nos últimos anos na América Latina com nefastas consequências para a democracia e os direitos humanos.
Líderes populares que buscam o bem-estar de seus povos, como o presidente Lula no Brasil, e outros mais; têm sido alvos do mencionado plano.
Luiz Inácio Lula da Silva tinha sido acusado de supostos atos de corrupção e contra ele a justiça brasileira cometeu inúmeras arbitrariedades.
Irregularidades que foram admitidas pelo Supremo Tribunal Federal, que anulou em 2021 as sentenças por supostos atos de corrupção que teria cometido Lula e lhe devolveu os direitos políticos.
A guerra judicial pretende tirar do meio mandando para a cadeia os líderes do povo que pudessem retornar e trabalhar pelo bem de seus países, o bem que não está na ordem do dia da direita.