Mais de dois milhões de cubanos, entre alunos e professores, iniciaram na segunda-feira o ano letivo 2013-2014, desde o ensino fundamental até as universidades. Cabe recordar que em 1961 Cuba foi o primeiro país declarado livre de analfabetismo na América.
Mais importante do que os números é o fato de que o ensino no país continua sendo um direito humano básico para todos os cidadãos. O sistema é gratuito e de qualidade para todos os estudantes, algo difícil de encontrar hoje no mundo.
Alguns consideram quase um milagre que em Cuba, um país carente de recursos e vítima há mais de 50 anos do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, a educação e o acesso à saúde continuem sendo gratuitos para toda a população. Para isso foi preciso fazer ajustes em busca do uso racional das verbas e infraestrutura disponíveis, condizente com o processo de transformações aplicado para garantir a sustentabilidade das conquistas sociais.
Uma das prioridades neste ano letivo foi garantir a presença dos professores nas aulas. Muitos aposentados decidiram se reincorporar ao sistema de ensino. Aliás, o país está num processo de envelhecimento da população e tem baixos índices de natalidade.
Cuba se empenha, contra vento e maré, em manter e aprimorar seu modelo social e econômico, num mundo marcado pelas guerras de rapina dos poderosos e a privatização dos serviços básicos, entre eles a educação e saúde. Nesse contexto, é estimulante ver que mais de 100 mil jovens estão matriculados nos centros de ensino superior espalhados pelo território nacional.
Para os que desconsideram os frutos do ensino e somente prestam atenção às despesas que significa, é bom recordar a frase de José Martí, o Herói Nacional cubano, quem disse que “a educação é como uma árvore: se planta uma semente e se abre em muitos ramos”.
A educação não é um gasto. É o melhor e mais necessário investimento que os países devem fazer. Esse tem sido o princípio reitor da pedagogia cubana.
(P. Martínez Pírez, 2 de setembro)