Cúpula G77: Visão transformadora de Cuba

Editado por Irene Fait
2023-09-13 10:45:06

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Por Roberto Morejón

A Cúpula do G77 + China, em Havana, deve avançar em direção ao multilateralismo inclusivo sob a presidência pro tempore de Cuba de um grupo de 134 nações que podem fazer mais em um mundo cada vez mais desigual.

A convocação da reunião de Chefes de Estado e de Governo sobre ciência, tecnologia e inovação como premissa para o desenvolvimento promete abrir canais para novas ideias e políticas para o benefício do Sul global.

O maior e mais diversificado grupo de nações em desenvolvimento, como definiu o presidente Miguel Díaz-Canel em Johanesburgo, com dois terços dos membros da ONU e que abriga quase 80% da população mundial, está resistindo às desigualdades, à exclusão e à pobreza.

Essas adversidades também são destacadas no campo da ciência, com os países ricos retendo a maioria das patentes, tecnologias e instituições de pesquisa e tirando proveito dos talentos do Sul empobrecido.

No meio da pandemia, os países em desenvolvimento tinham apenas 24 doses de antígenos para cada 100 pessoas, enquanto os ricos tinham quase 150 doses para cada 100 pessoas.

Mas não é apenas nesse caminho que o progresso é possível no G77 + China, mesmo em meio à diversidade de opções políticas e econômicas.

Transformar a atual e prejudicial arquitetura financeira internacional, que é extremamente injusta e anacrônica, foi uma demanda oportuna no mais recente fórum do BRICS na cidade sul-africana de Johanesburgo.

Trata-se de uma demanda estabelecida há muito tempo pelo Grupo dos 77+ China, mas agora há novos incentivos para revigorá-la, quando existe uma prerrogativa arbitrária do dólar, com os Estados Unidos na vanguarda de seu uso.

O G77+ China também pode se articular com o BRICS para garantir o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas na implementação do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

Nesse cenário, juntamente com a busca por fluxos financeiros de desenvolvimento mais acessíveis e a demanda para mitigar a insegurança alimentar e as medidas restritivas ao comércio, a Cúpula de Havana está se configurando como uma oportunidade de diálogo para concretizar as aspirações legítimas do Sul global.



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