Cuba defende na ONU os direitos do Sul

Editado por Irene Fait
2023-09-19 12:05:15

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Foto: @BrunoRguezP

Por Maria Josefina Arce

As demandas do Sul global foram mais uma vez ouvidas com força na ONU. Como presidente pro tempore do Grupo dos 77, Cuba defendeu o direito das nações em desenvolvimento de avançar em direção ao progresso socioeconômico, um objetivo que é impedido por uma ordem econômica e financeira internacional injusta que gera desigualdades.

Na Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Nova York, o primeiro orador foi o presidente cubano Miguel Díaz Canel, que fez uma avaliação do progresso desses objetivos, dos quais, enfatizou, o mundo se afastou.

Com dados, como o número de pessoas pobres e famintas no mundo hoje, ele demonstrou que, nesse ritmo, nenhum dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável poderá ser alcançado.

O ônus que a dívida externa representa para as nações em desenvolvimento foi denunciado pelo presidente, como o líder histórico da revolução cubana, Fidel Castro, havia feito em várias ocasiões.

Essa foi uma das muitas batalhas que Fidel travou e que o presidente cubano agora trouxe de volta à ONU, já que a situação mudou pouco. Atualmente, as nações mais pobres continuam destinando recursos notáveis para o pagamento de dívidas, que poderiam ser canalizados para seu progresso.

Outro obstáculo ao progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são as medidas coercitivas unilaterais. Cuba e outras nações membros do Grupo dos 77 são um exemplo das limitações impostas por essas políticas arbitrárias, que ameaçam o bem-estar de seus povos.

Em seu discurso, Díaz Canel também falou no compromisso e na vontade política do mecanismo de consulta presidido por Cuba para alcançar os objetivos adotados em 2015.

A recente Cúpula realizada em Havana foi um exemplo do compromisso das 134 nações do G77 nesse sentido. A declaração final reconhece o papel da ciência, da tecnologia e da inovação no desenvolvimento e no bem-estar de seus cidadãos.

E reflete o compromisso de fortalecer seus sistemas nacionais nesses campos e de realizar reuniões regulares de ministros e altas autoridades de ciência, tecnologia e inovação.

O bloco, sob a liderança de Cuba, está trabalhando para aumentar e acelerar a implementação de ações e medidas concretas, inovadoras, transformadoras e ambiciosas para garantir a realização dos ODS.

Mas esse deve ser um esforço mundial, no qual prevaleçam a solidariedade e a cooperação, para que, como afirmou o presidente cubano na ONU, "ninguém seja deixado para trás" e para superar uma das crises mais complexas que a humanidade enfrenta.



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