Caso Ayotzinapa, uma tragédia que dilacera o México

Editado por Irene Fait
2023-09-26 18:45:06

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Por Maria Josefina Arce

Há nove anos, quarenta e três estudantes de Ayotzinapa desapareceram em Iguala, no estado mexicano de Guerrero. Foi um caso em que autoridades locais, federais, policiais, do exército e do crime organizado se uniram para esconder a verdade.

Sabe-se com certeza que foi fabricada a versão oficial da tragédia, que ocorreu durante a presidência de Enrique Peña Nieto do PRI, Partido Revolucionário Institucional do México.

Na época, as autoridades federais divulgaram a teoria de que os jovens foram assassinados, seus corpos incinerados em um lixão próximo e suas cinzas jogadas em um rio.

Essa teoria, conhecida como "A verdade histórica", se baseou em torturas, falsidades e ilegalidades. Ela foi refutada por investigadores e moradores locais, segundo os quais choveu muito naqueles dias, choveu tanto que teria sido impossível acender uma fogueira tão grande.

Ficou claro que durante anos o governo de Peña Nieto mentiu, encobriu e realizou falsas investigações sobre o caso.

A chegada de Andrés Manuel López Obrador à presidência em dezembro de 2018 deu um impulso às diligências para esclarecer o crime, uma prioridade para o presidente.

Com esse objetivo em mente, dois dias após assumir o cargo, ele criou uma Comissão da Verdade e Acesso à Justiça, uma demanda que os familiares dos jovens vinham fazendo há anos.

Em 2019, o governo de López Obrador nomeou um promotor especial para o caso e, em janeiro de 2020, decidiu reintegrar o Grupo Independente de Especialistas Internacionais para continuar buscando o que se passou realmente.

O presidente também se reuniu em várias ocasiões com as famílias dos estudantes desaparecidos, algo que Peña Nieto nunca fez.

Em uma de suas coletivas de imprensa matinais, López Obrador reiterou a disposição de seu governo de investigar com o espírito de descobrir tudo, seja quem for que tiver de pagar.

O caso Ayozitnapa dilacera a sociedade mexicana. Nove anos depois, mesmo com o impulso dado às investigações, que ficaram paralisadas por muito tempo, o paradeiro dos jovens normalistas ainda é desconhecido.



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