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Por Maria Josefina Arce
O Supremo Tribunal Eleitoral da Guatemala encerrou o processo eleitoral em 31 de outubro e, embora tenha ratificado os resultados das eleições, o país voltou a se preocupar com o futuro do movimento Semilla do presidente eleito Bernardo Arévalo, que venceu as eleições de agosto com quase 61% dos votos.
Com essa decisão, o órgão eleitoral rejeitou o pedido de organizações políticas e sociais para estender o processo até 15 de janeiro, um dia após a posse de Arévalo, a fim de garantir que as autoridades eleitas em 25 de junho e 20 de agosto pudessem tomar posse.
Pedidos verbais e por escrito foram feitos pelos 48 Cantões de Totonicapán, Alianza por las Reformas, Convergencia Nacional de Resistencia, entre outros grupos.
A questão agora é saber o que acontecerá com Semilla. O movimento foi suspenso pelo Registro do Cidadão em 28 de agosto, no mesmo dia em que foi ratificado o triunfo de Arévalo nas urnas.
A decisão desse órgão do Tribunal Superior Eleitoral reviveu uma ordem emitida três semanas após o primeiro turno das eleições pelo juiz Freddy Orellana, em resposta a um pedido da Procuradoria Geral da República, argumentando supostas irregularidades no processo de registro do partido.
No entanto, a manobra promovida pela Procuradoria Geral não teve sucesso, pois o Tribunal Superior Eleitoral anulou a decisão, já que o processo não tinha sido concluído, pois estava em vigor até 31 de outubro.
Desde que, surpreendentemente, chegaram ao segundo turno das eleições, Arévalo e seu partido Semilla têm sido assediados por um Ministério Público e um sistema judicial acusados de corrupção total.
O presidente eleito, também alvo de ameaças, chegou a denunciar que um golpe de Estado estava em andamento.
As manobras contra Arevalo e o movimento Semilla levaram os guatemaltecos a sair às ruas para exigir o respeito à vontade popular expressa nas urnas e a renúncia da Procuradora Geral Consuelo Porras, acusada de cumplicidade com a elite do poder.
Resta saber o que acontecerá agora com Semilla, já que a conclusão do processo eleitoral poderia reativar a suspensão do partido político do presidente eleito. Sem dúvida, terá início um novo período de incerteza na Guatemala.