Bolivia no MERCOSUL
Por Maria Josefina Arce
A 63ª Cúpula dos Chefes de Estado do MERCOSUL ( Mercado Comum do Sul) será realizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro no dia 7, em meio a boas notícias. A Bolívia se tornou membro pleno desse mecanismo de integração, formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Na semana passada, o Senado brasileiro aprovou o Protocolo de Adesão da Bolívia, que tinha o status de país associado desde 2015. A Câmara dos Deputados já havia feito isso em outubro passado.
Essa era a última exigência para a incorporação plena do Estado Plurinacional, mas o assunto foi engavetado durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que nunca quis saber de integração das nações da região.
Os órgãos legislativos da Argentina, Paraguai e Uruguai já haviam cumprido essa disposição. Agora, a Bolívia tem prazo de quatro anos para concluir o processo formal de adesão, por meio da adoção gradual de todas as regras do bloco.
A Bolívia pode contribuir muito para esse mecanismo, criado em 1991, que promove a livre circulação de bens e serviços entre os países membros e sua inserção na economia mundial.
A nação andina, como os especialistas enfatizaram, pode contribuir em questões energéticas e econômicas, dada a sua posição como uma das economias da região que teve o maior desenvolvimento nos últimos anos.
Desde 2006, com a chegada ao poder do Movimento para o Socialismo (MÁS), a Bolívia tem mantido um crescimento sustentado do Produto Interno Bruto de mais de 4% e registrou uma redução notável da pobreza.
O especialista Gabriel Villalta, citado pela agência de notícias Sputnik, destacou o potencial de La Paz para lá das exportações de gás. Por exemplo, a produção de riqueza com valor agregado a partir do lítio, um mineral fundamental para a fabricação de baterias elétricas e, portanto, um dos recursos naturais estratégicos, hoje em dia.
A reserva de lítio em território boliviano é a maior do mundo, com 23 milhões de toneladas.
A Bolívia, também pode proporcionar ao MERCOSUL sua experiência como membro da Comunidade Andina de Nações, da qual faz parte desde sua constituição em 1969 e da qual participa ativamente.
O status da Bolívia como membro pleno do MERCOSUL será proveitoso tanto para a nação quanto para o bloco, onde vivem quase 300 milhões de pessoas.
