Colômbia-ONU
Por Maria Josefina Arce
Muitos são os desafios que o governo do Presidente Gustavo Petro enfrentou e continua enfrentando em seus esforços para alcançar a paz total na Colômbia, uma nação sangrada por décadas de conflito armado que deixou dezenas de milhares de vítimas e milhões tiveram de abandonar os lugares onde viviam.
No entanto, o atual governo não cede nos esforços para que seu desejo de paz se transforme em realidade para todos os colombianos, um esforço reconhecido por países e organismos internacionais, como a ONU.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou as conquistas dos últimos meses e a determinação da Colômbia em consolidar a paz.
O relatório mais recente da Missão de Verificação da ONU no país sul-americano, que abrange o período de 27 de setembro a 26 de dezembro do ano passado, será apresentado ao Conselho de Segurança da ONU.
O documento destaca o progresso feito durante esse período na implementação do histórico Acordo de Paz de 2016 entre o governo do então presidente Juan Manuel Santos e a ex-guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo. Infelizmente, a aplicação do que tinha sido acertado se deteve durante o mandato de Iván Duque, de 2018 a agosto de 2022.
Duque, que sempre manteve uma postura crítica em relação ao acordo, pouco fez para consolidar a paz em solo colombiano. Sua presidência foi caracterizada pela falta de vontade de proteger os defensores dos direitos humanos e os ex-guerrilheiros no processo de reinserção à sociedade.
Durante seus quatro anos no cargo, houve pouco progresso na reforma rural abrangente, conforme previsto no acordo.
A chegada de Petro em agosto de 2022 à presidência mudou a situação. O relatório destaca a compra, a formalização e a entrega de terras, e enfatiza a aquisição pelas autoridades de quase cinco MIL hectares de terra para ex-combatentes.
As ações do governo para cumprir o acordo de paz de 2016 foram reforçadas pelo diálogo com o insurgente Exército de Libertação Nacional. Até o momento, foram realizados cinco ciclos de negociações, nos quais foram alcançados importantes acordos, como um cessar-fogo bilateral e nacional e a participação de todos os colombianos na construção da paz total.
O governo de Petro também mantém um diálogo com o chamado Estado-Maior Central, formado por ex-guerrilheiros que não aderiram ao acordo de paz de 2016.
A Colômbia deu passos significativos em direção à paz total e, embora haja muitos desafios pela frente, há uma clara determinação do governo de Petro em continuar avançando nesse caminho.