Imagen ilustrativa
Por Maria Josefina Arce
Em meio a um estado de emergência, os salvadorenhos foram às urnas no último domingo para eleger o novo presidente do país e os membros da Assembleia Legislativa, em um processo eleitoral marcado pela controvérsia sobre a candidatura do atual presidente Nayib Bukele, embora a Constituição não permita a reeleição.
E os resultados não foram nenhuma surpresa. Como esperado, ele foi reeleito para um segundo mandato. Sua política de segurança de linha dura lhe rendeu o apoio de grande parte dos cidadãos. De acordo com as estatísticas oficiais, a taxa de homicídios caiu para um mínimo histórico e 2023 foi o ano mais seguro no país centro-americano.
Mas sua estratégia, que incluiu a construção de uma mega-prisão e a declaração de estado de emergência que, em breve, completará dois anos, também provocou inúmeras críticas por violações dos direitos humanos.
Esta não é, no entanto, a única controvérsia em torno do presidente, que obteve o controle dos três poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário. Especialistas apontam que pelo menos seis artigos da constituição foram ignorados para sua nova candidatura.
Seu caminho para a reeleição foi pavimentado por uma decisão do Tribunal Constitucional, renovada pela Assembleia, em favor de seu partido Nuevas Ideas, que interpretou a Constituição a seu favor.
Durante a campanha eleitoral, outras irregularidades foram relatadas, como a falha do Ministério das Finanças e do Supremo Tribunal Eleitoral em distribuir as cotas de financiamento que correspondiam aos diferentes partidos políticos.
O dia da eleição de domingo também foi alvo de críticas. Os partidos de oposição denunciaram que as seções eleitorais só contavam com pessoal do Nuevas Ideas.
Manter o índice de criminalidade baixo não é o único desafio de Bukele em seu segundo mandato, que se estenderá até 2029. A economia terá de estar no centro das atenções, pois ainda há muitas dívidas pendentes com os cidadãos.
Entre 2019, quando ele assumiu seu primeiro mandato, e 2023, subiu o preço da cesta básica, o que representou um desafio para muitas famílias salvadorenhas.
Dados da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, revelam que 48% da população sofrem de insegurança alimentar.
Começa um novo mandato de Bukele, que muitos tacham de ilegal e inconstitucional, mas que muitos outros apóiam.