Foto: France 24

Por Maria Josefina Arce

Os trabalhadores das universidades públicas da Argentina anunciaram greve geral de 24 horas na quinta-feira, porque os cortes do governo do presidente Javier Milei colocam em risco o funcionamento das instituições e a possibilidade de os jovens chegarem ao ensino superior.

Federico Montero, secretário de organização da Federação de Professores Universitários, destacou que os cortes que estão sendo feitos pelo governo afetam 170 mil professores, 45 mil funcionários não docentes, 57 universidades e mais de dois milhões de estudantes.

Em janeiro passado, as autoridades cortaram quase 30 BILHÕES de pesos em financiamento para universidades públicas, que enfrentam a possibilidade de ter que fechar suas portas.

Os reitores dessas instituições alertaram que seu funcionamento será comprometido a partir do próximo mês, devido à alta inflação que afetará as despesas necessárias.

As cantinas universitárias, as bolsas de estudo e os recursos para pesquisa, que tanto contribuem para o desenvolvimento, serão afetados.

De fato, as bolsas de estudo Progresar já foram seriamente prejudicadas desde que Milei assumiu o cargo em dezembro. O Programa de Apoio ao Estudante da Argentina, criado em 2014 para ajudar jovens carentes, teve seus fundos congelados.

As possibilidades de os jovens de famílias pobres entrarem nos centros de ensino superior são cada vez mais remotas.

Vários setores denunciaram os planos de Milei de privatizar as instalações públicas, abrindo nova área de negócios para as grandes empresas.

Esse é outro exemplo das intenções do presidente de desmantelar o Estado e, nesse caso, de eliminar sua função de força motriz e garantidora da educação.

Os professores também paralisarão seu trabalho para exigir um salário justo do governo, dado o aumento do custo de vida devido ao pacote neoliberal que foi implementado e que complicou a vida de muitos argentinos.

Com suas criticadas medidas econômicas, Milei está sufocando as universidades públicas e reduzindo as possibilidades de acesso dos jovens com menos recursos a esses centros, onde se forma o futuro do país.