França se agita

Editado por Irene Fait
2024-06-17 17:21:33

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Por Guillermo Alvarado

A França da revolução da liberdade, igualdade e fraternidade, que teve um impacto tão profundo na América Latina e no Caribe, está prestes a cair nas mãos das forças mais obscuras da extrema direita racista, xenófoba e fascista.

Como é sabido, nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, a extrema direita francesa conquistou 30 assentos, um resultado que superou todos os outros grupos políticos, a aliança liderada pelo presidente Emmanuel Macron inclusive, que ficou com 15 legisladores.

Trata-se do melhor resultado obtido até agora por Marine le Pen e seu partido, Reunificação Nacional, que é o herdeiro direto da ideologia do infame Partido Nacional, fundado e liderado pelo seu pai até que se aposentou: Jean Marie le Pen.

Para fazer uma ideia de quem estamos falando, basta lembrar que esse foi o sujeito que disse certa feita que as câmaras de gás, onde morreram milhares de vítimas do regime nazista, foram apenas "uma anedota" na Segunda Guerra Mundial. Jean Marie le Pen nunca escondeu sua admiração por Adolf Hitler e sua camarilha.

Após a vitória do extremismo no Parlamento Europeu, o presidente Macron só pensou em dissolver o órgão legislativo, conhecido na França como Assembleia Nacional, e convocar eleições antecipadas para 30 de junho, com um segundo turno, se for preciso, em 7 de julho.

Depois de vencer as eleições europeias, a Reunificação Nacional está bem posicionada para assumir o controle do parlamento francês, o que lhe permitiria nomear o primeiro-ministro e forçar Macron a formar um governo de coabitação.

O risco é real, muitos franceses estão cientes disso, daí as manifestações maciças no fim de semana para repudiar o extremismo de direita e pedir um voto consciente a fim de evitar o desastre.

Mais de 600.000 pessoas foram às ruas em 150 cidades do país europeu, convocadas por sindicatos, estudantes, organizações de direitos humanos e antirracismo.

Uma das propostas foi a criação de uma nova Frente Popular, em alusão à grande coalizão que permitiu derrotar Jean Marie le Pen quando se enfrentou a Jacques Chirac no segundo turno das eleições presidenciais de 2002.

Faltam duas semanas para as eleições que já estão atraindo a atenção do mundo, dado o risco de um novo fortalecimento da extrema direita no coração da Europa.



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