Chile não se esquece das vítimas da ditadura militar

Editado por Irene Fait
2024-09-11 16:18:23

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Vítimas do golpe de Estado no Chile

Por María Josefina Arce

Boa parte da sociedade chilena se recusa a esquecer as dezenas de milhares de vítimas da ditadura militar instalada no país após o golpe de Estado de 51 anos atrás contra o governo da Unidade Popular liderado por Salvador Allende.

A mão da CIA, a Agência Central de Inteligência dos EUA, estava por trás do golpe contra a democracia chilena.

As medidas adotadas por Allende em defesa dos interesses populares e da soberania nacional, como a nacionalização do cobre, não agradaram aos grupos, aos partidos de direita e à elite do poder mundial.

Durante 17 anos, o terror e a violência tomaram conta da sociedade chilena. Tortura, assassinatos e desaparecimentos foram uma constante durante a ditadura militar do General Augusto Pinochet, apoiada por Washington.

As vítimas daquele período sombrio na vida do país sul-americano somam mais de 40.000, das quais 37.000 foram torturadas e 3.000 executadas ou desaparecidas, e mais de 1.100 ainda não foram encontradas.

Cerca de 200.000 chilenos foram forçados ao exílio após a feroz perseguição a intelectuais, sindicalistas, estudantes e políticos de esquerda.

Pinochet também adotaria um modelo neoliberal, que permitiu o enriquecimento de grandes empresas por meio da privatização de serviços básicos. O controle econômico do país permaneceu nas mãos de um pequeno grupo, que, por sua vez, era o suporte civil da ditadura sangrenta.

A desigualdade, portanto, dispararia no Chile. Mais de cinco milhões de pessoas mergulharam na pobreza.

Meio século depois daquele fatídico 11 de setembro de 1973, ainda há grandes desafios para a reparação total das vítimas e dos familiares da ditadura de Pinochet, que morreu em 2006 sem ter sido condenado por seus crimes e violações dos direitos humanos.

A verdade completa ainda não foi esclarecida, nem todos os responsáveis pelas atrocidades cometidas durante 17 anos foram punidos.

Para grande parte da sociedade, é necessário lembrar o passado para que os crimes horrendos daquele triste período da história do Chile não se repitam; muitas famílias ainda choram por seus filhos, pais e netos.



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