Relatório de Cuba
Por María Josefina Arce
O bloqueio genocida dos Estados Unidos contra Cuba tem sido ampla e energicamente condenado em todo o mundo e, embora alguns insistam em minimizar a importância do obstáculo que representa para o progresso socioeconômico do país, ano após ano o bloqueio causa prejuízos multimilionários que são impossíveis de ignorar.
Somente de março de 2023 a fevereiro deste ano, a agressão impiedosa e prolongada causou danos à nação caribenha de mais de US$ 5 bilhões, o que teve um impacto negativo no bem-estar da população.
O relatório atualizado sobre os prejuízos causados pela medida unilateral, apresentado em Havana pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirma que essa cifra representa um aumento de 189 milhões de dólares em comparação com o relatado no documento anterior.
Isto se traduz em carências de todo tipo para os cubanos e em prejuízos em áreas essenciais como saúde e educação, às quais todos os cubanos têm acesso gratuito e universal, um direito garantido pela Revolução.
Na área de saúde, a impossibilidade de adquirir suprimentos e determinados equipamentos, devido ao alto componente de tecnologia norte-americana, pode fazer a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes com doenças como o câncer.
O impacto do bloqueio levou a uma diminuição da atividade cirúrgica no país. Por exemplo, mais de 44.000 pacientes estão aguardando operações oftalmológicas, enquanto 200 pessoas não foram operadas em cardiologia devido à falta dos suprimentos necessários.
De todos os casos pendentes, afirma o relatório, mais de 9.000 estão na faixa etária pediátrica, com a consequente angústia familiar e pressão sobre o sistema de saúde.
A inclusão, em janeiro de 2021, de Cuba outra vez na lista ilegítima dos Estados Unidos de países que supostamente patrocinam o terrorismo é não só é injustiça mas também endurece a asfixia econômica contra a nação caribenha.
O relatório destaca que numerosos governos, especialmente na América Latina e no Caribe, bem como figuras e organizações políticas, sociais e religiosas dentro dos próprios Estados Unidos, estão exigindo a exclusão de Cuba dessa lista arbitrária.
O bloqueio é um crime contra a humanidade, um ato de genocídio e uma violação maciça e sistemática dos direitos humanos de um povo inteiro, que Washington insiste em manter inalterável, apesar do apelo mundial pela sua cessação.
Trinta e uma resoluções condenando o cerco econômico contra o povo cubano foram aprovadas pela Assembleia Geral da ONU, mas os Estados Unidos as ignoram com sua arrogância habitual.
No final de outubro, o organismo internacional voltará a considerar o relatório de Cuba sobre os danos causados pelo bloqueio, como tem feito desde 1992. E se espera como tem ocorrido até agora outra condenação majoritária dessa política hostil, repudiada pela comunidade internacional.