Sistema carcerário, um problema para o próximo governo do Uruguai

Editado por Irene Fait
2024-10-09 10:36:00

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 Imagem:youtube

María Josefina Arce

O próximo governo uruguaio que sair das eleições gerais do dia 27 terá um problema sério: a crise no sistema carcerário, que vai desde a superlotação até o fracasso na reabilitação dos detentos.

A situação voltou aos olhos do público após a recente morte de seis detentos na prisão Santiago Vázquez, em Montevidéu, a capital. Os detentos perderam a vida em um incêndio dentro de sua cela, a única que estava trancada.

A nação sul-americana tem atualmente mais de 15.000 presos, o que a coloca entre os 10 países do mundo com a maior população carcerária e o primeiro da América do Sul.

O Uruguai não escapa da situação crítica das prisões da região, que, segundo especialistas, se tornaram escolas do crime.

Uma grande parte da sociedade descreve como deficientes as ações do governo liderado por Luis Lacalle Pou. De fato, durante o primeiro ano de seu mandato, em 2020, o número de pessoas privadas de liberdade aumentou em 10,3%, uma cifra nunca antes vista naquele país.

O relatório de 2023 do Gabinete do Comissário Parlamentar para o sistema penitenciário uruguaio aponta que a maioria das prisões do país está superlotada, o que leva à violência e à falta de controle.

O documento adverte sobre a péssima alimentação e assistência médica nesses centros, onde, além disso, as atividades educativas têm espaço muito limitado.

A situação foi denunciada pela Organização de Funcionários Civis Penitenciários, que descreveu as condições nas prisões como insustentáveis e deploráveis, e exigiu a adoção de medidas para garantir condições decentes para os trabalhadores e detentos.

A organização ressaltou que, durante anos, o sistema penitenciário foi mantido sem uma política de Estado real para lidar efetivamente com as situações extremas e as péssimas condições de detenção.

Especialistas descrevem a situação nas prisões do país como explosiva, onde o sistema penitenciário continua a crescer em relação à população, um problema sério que encontrará o próximo governo, que tomará posse em março de 2025.



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