Foto: PL
Por María Josefina Arce
Em abril, os equatorianos voltarão às urnas porquanto nenhum dos 16 candidatos à presidência do país recebeu votos suficientes para vencer o primeiro turno das eleições gerais, que ocorreram no domingo, 09 de fevereiro, em um contexto marcado por altos níveis de insegurança e violência no país.
Os candidatos mais votados foram o atual presidente e candidato à reeleição Daniel Noboa, do partido Ação Democrática Nacional, e Luisa González, do Movimento Revolução Cidadã, ambos em uma disputa acirrada.
Portanto, Noboa e Gonzalez se enfrentarão novamente nas urnas. Lembremos que ambos foram para o segundo turno em outubro de 2023, quando foram convocadas eleições antecipadas pelo então presidente Guillermo Lasso, que recorreu ao mecanismo de morte cruzada e dissolveu a Assembleia Nacional.
Mais de quatro MIL seções eleitorais foram instaladas nas 24 províncias do Equador, onde presos sem condenação definitiva já haviam votado.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, o comparecimento às urnas no domingo foi de mais de 83%. Nesse dia, também foram eleitos membros da Assembleia Nacional e os representantes do Parlamento Andino.
O processo eleitoral foi marcado pelo questionamento de vários candidatos à presidência sobre a recusa de Noboa em tirar licença durante a campanha para fazer campanha, conforme estipulado pela lei eleitoral.
O país andino chegou a essas eleições em meio a um surto de violência que, em janeiro, causou a morte de mais de 700 cidadãos, tornando-se um dos meses mais violentos na história do país.
Os relatos de extorsão também aumentaram em 17% e a percepção de insegurança entre os cidadãos, de acordo com pesquisas, mal diminuiu em 4% em comparação com o período Lasso, que Noboa completa.
A opinião de muitos é que o chamado Plano Fênix, a estratégia do presidente para combater a violência, não produziu os resultados esperados e abriu caminho para violações dos direitos humanos.
O país também enfrenta uma situação econômica complexa. No ano passado, sofreu uma recessão, entre outros fatores, devido à crise de energia que causou apagões em todo o país.
Quem vencer no segundo turno, em abril, terá uma tarefa difícil, pois o alto nível de insegurança é agravado por problemas como o desemprego, a precariedade do emprego formal e o aumento da pobreza.