
Cuba
Por: Maria Josefina Arce
Cuba foi reconhecida internacionalmente em inúmeras ocasiões pelo seu trabalho face aos desastres naturais e pela sua ajuda na formação de especialistas de outras nações, especialmente das Caraíbas, com as quais partilhamos riscos comuns face às alterações climáticas.
Agora abrem-se novas oportunidades para reforçar a cooperação internacional nesta área, entre as Grandes Antilhas e a CDRI, Coligação para Infraestruturas Resilientes a Desastres, da Índia.
Desde o ano passado, Cuba faz parte do CDRI, criado em 2019 por iniciativa do chefe de governo indiano, Narendra Modi, e que reúne atualmente 42 Estados e sete organizações internacionais.
Num recente encontro em Nova Deli entre Eduardo Martínez, vice-primeiro-ministro de Cuba, e o diretor-geral da organização indiana, Amit Prothi, foram identificadas diversas possibilidades de colaboração entre os dois Estados.
O responsável indiano destacou a experiência de Cuba face aos desastres naturais e o quanto pode contribuir para outros países do mundo.
E nesse caminho, a nação caribenha ofereceu-se para inserir a cooperação médica cubana nos programas internacionais da Coligação para uma Infraestrutura Resiliente a Desastres.
A ajuda médica cubana a diversas cidades afetadas por desastres naturais é amplamente conhecida.
Há uma longa lista de países onde os profissionais de saúde ajudaram inúmeras vítimas e salvaram inúmeras vidas.
Assim, para citar apenas dois exemplos, especialistas cubanos estiveram no Paquistão após o terremoto de 2005, e já estavam no Haiti quando ocorreu o forte terremoto de 2010, sendo mesmo os primeiros a cuidar das vítimas.
O arquipélago manifestou também a sua vontade de contribuir com modelos comunitários testados e validados, como o seu sistema de Defesa Civil, reconhecido pelas Nações Unidas e que integra ciência, governo e comunidades nos planos de evacuação e recuperação.
Cuba tem uma vasta experiência neste domínio e uma longa história de cooperação, apesar dos obstáculos e deficiências materiais impostas pelo bloqueio dos EUA.
E também tem vontade política para pagar impostos a projectos que promovam uma maior resiliência face a catástrofes naturais para salvaguardar a vida dos cidadãos.