Panamenhos desconfiam da pressão dos EUA sobre o canal

Editado por Irene Fait
2025-03-30 17:03:05

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Imagen: El Tiempo.

Por: Roberto Morejón. Rádio Havana Cuba.

Os panamenhos estão desconfiados e preocupados com as novas tentativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar o controle do Canal.

O presidente da nação do istmo, José Raúl Mulino, descartou a possibilidade de os Estados Unidos ou qualquer outra potência mundial estabelecer enclaves militares em seu país.

Em sua opinião, isso não é viável porque seria uma violação do Tratado de Neutralidade que protege o Canal.

O chefe de Estado tentou acalmar os temores de seus compatriotas em relação aos desejos obsessivos de Trump, especialmente depois que a imprensa noticiou uma suposta carta do chefe da Casa Branca.

O governo Trump teria apresentado opções para administrar o canal ou estacionar militares no Panamá. Mulino desmentiu a existência de tal carta.

Um possível retorno de militares norte-americanos é motivo de preocupação para os panamenhos, uma vez que o país aboliu seu exército em 1990, após a invasão dos EUA em dezembro de 1989 e não existem  tais bases, conforme estipulam os Tratados Torrijos-Carter.

Os acordos estipularam a transferência para o Panamá, em 1999, do Canal, construído e administrado pelos Estados Unidos durante décadas. 

Embora o governo panamenho mantenha uma estreita cooperação na questão de segurança e o Comando Sul esteja presente no Panamá, o retorno das bases de Washington é rejeitado pela população.

Vale recordar os protestos dos panamenhos contra o controle dos EUA sobre a Zona do Canal que existiu entre 1904 e 1999, uma evocação que alimenta o atual mal-estar com as ameaças de Trump de “recuperar” a hidrovia.

Os latino-americanos e caribenhos estão cientes do interesse geoestratégico e da interferência do Comando Sul no subcontinente.

Com 76 bases militares na região ao sul do Rio Bravo, a nação norte-americana realiza trabalhos de espionagem, intromissão e segurança, razão pela qual não surpreende o proclamado interesse na região, reafirmado pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

Agora, com o suposto propósito de monitorar a passagem de imigrantes sem documentos pela América Central, o invocado controle chinês sobre o Canal, que nega Mulino, e o interesse em bisbilhotar o movimento de passageiros e mercadorias através do canal, Estados Unidos estão exercendo uma pressão renovada sobre o Panamá.



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