
Imagen: El Tiempo.
Por: Roberto Morejón. Rádio Havana Cuba.
Os panamenhos estão desconfiados e preocupados com as novas tentativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar o controle do Canal.
O presidente da nação do istmo, José Raúl Mulino, descartou a possibilidade de os Estados Unidos ou qualquer outra potência mundial estabelecer enclaves militares em seu país.
Em sua opinião, isso não é viável porque seria uma violação do Tratado de Neutralidade que protege o Canal.
O chefe de Estado tentou acalmar os temores de seus compatriotas em relação aos desejos obsessivos de Trump, especialmente depois que a imprensa noticiou uma suposta carta do chefe da Casa Branca.
O governo Trump teria apresentado opções para administrar o canal ou estacionar militares no Panamá. Mulino desmentiu a existência de tal carta.
Um possível retorno de militares norte-americanos é motivo de preocupação para os panamenhos, uma vez que o país aboliu seu exército em 1990, após a invasão dos EUA em dezembro de 1989 e não existem tais bases, conforme estipulam os Tratados Torrijos-Carter.
Os acordos estipularam a transferência para o Panamá, em 1999, do Canal, construído e administrado pelos Estados Unidos durante décadas.
Embora o governo panamenho mantenha uma estreita cooperação na questão de segurança e o Comando Sul esteja presente no Panamá, o retorno das bases de Washington é rejeitado pela população.
Vale recordar os protestos dos panamenhos contra o controle dos EUA sobre a Zona do Canal que existiu entre 1904 e 1999, uma evocação que alimenta o atual mal-estar com as ameaças de Trump de “recuperar” a hidrovia.
Os latino-americanos e caribenhos estão cientes do interesse geoestratégico e da interferência do Comando Sul no subcontinente.
Com 76 bases militares na região ao sul do Rio Bravo, a nação norte-americana realiza trabalhos de espionagem, intromissão e segurança, razão pela qual não surpreende o proclamado interesse na região, reafirmado pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Agora, com o suposto propósito de monitorar a passagem de imigrantes sem documentos pela América Central, o invocado controle chinês sobre o Canal, que nega Mulino, e o interesse em bisbilhotar o movimento de passageiros e mercadorias através do canal, Estados Unidos estão exercendo uma pressão renovada sobre o Panamá.