Nos Estados Unidos quase 16% da população é pobre, ou seja quase 50 milhões de cidadãos. O país mais rico do mundo tem níveis de pobreza e desigualdade alarmantes em comparação com outros países desenvolvidos.
Esta parte da população sofre as contínuas reduções dos programas tradicionais de assistência, enquanto que os gastos militares e as ajudas às grandes companhias aumentam.
Segundo a fundação ‟Pensar em números” os programas de benefícios sociais só representam 59 bilhões de dólares, entretanto os subsídios às corporações são de 92 bilhões por ano. A isso temos de acrescentar os enormes gastos nas guerras travadas depois dos atentados terroristas de setembro de 2001.
Uma pesquisa levada a cabo no ano passado pelo Congresso norte-americano revelou que o montante inclui o custo das operações militares, o apoio às bases, a manutenção do armamento, o treino das forças de segurança iraquianas e afegãs, a reconstrução das localidades ocupadas, e as despesas das embaixadas.
Para alguns a cifra parece conservadora, pois outras pesquisas afirmam que o custo das guerras no Iraque e Afeganistão, assim como a assistência ao Paquistão, é superior a quatro trilhões de dólares. Também é preciso incluir a assistência médica de veteranos incapacitados e a dívida relacionada com as intervenções.
O custo estimado anual por cada soldado norte-americano nestes conflitos bélicos supera o milhão de dólares. Os gastos continuam crescendo após terminar as hostilidades, porque os veteranos precisam ajuda médica.
O orçamento militar para 2015 é de 578 bilhões de dólares, dos que 496 bilhões vão para gastos do exército e mais de 64 bilhões para conflitos no estrangeiro.
No começo da crise, em 2008, o governo dedicava uma soma considerável a projetos militares, ao tempo que os impostos dos ricos se mantinham baixos.
Especialistas afirmam que tudo isto provocou que não se investisse em assuntos sociais de importância, o que tem provocado prejuízos notáveis no sistema de ensino e da saúde pública. Ao mesmo tempo a indústria civil perdeu competitividade. Os analistas garantem que os Estados Unidos desistiram do combate contra a pobreza.
(M.J. Arce – 11 de fevereiro)