Cuba implementou um programa nacional de prevenção e enfrentamento à doença pelo vírus Ebola que permite a detecção prematura da enfermidade e a aplicação imediata de ações de controle, que evitem sua disseminação pelo país.
Um interessante simpósio sobre o tema aconteceu no âmbito da Convenção Internacional de Saúde Pública Cuba Saúde 2015, em dias recentes.
O palestrante, doutor Francisco Durán, diretor de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública de Cuba, explicou que a terrível doença irrompera em dezembro de 2013 na África Ocidental provocando uma crise de efeitos devastadores e o pânico no continente todo e no mundo, isto porque, como todos sabem, a doença em um país pode atingir todos os países.
Em março de 2015 a enfermidade tinha chegado ao auge, e Cuba se preparou para enfrentar a entrada do vírus. Nesta direção, elabora um minucioso esquema que descansa no excelente sistema nacional de Saúde Pública que oferece cobertura 100% aos cidadãos.
A primeira medida tomada tinha por objetivo evitar a introdução e disseminação do vírus; logo depois, entram em ação as medidas de controle, se cria o grupo de trabalho para monitorar a situação nacional e internacional 24 horas e se exerce vigilância e controle rigorosos sobre viajantes e tripulantes.
Entrementes, se estabelece o sistema de proteção de aeroportos, portos e marinas, prestando atenção especial aos visitantes de nações como Estados Unidos e Espanha, onde houve pequenas transmissões.
Ciente de enfrentar a doença pela primeira vez em fronteira e, portanto, não estar preparado o país de maneira apropriada para esta tarefa, as autoridades competentes enviam biólogos cubanos a se treinarem em laboratórios de Winnipeg, Canadá. Ao mesmo tempo, se cria o Centro de Treinamento no Instituto de Medicina Tropical “Pedro Kouri” para o pessoal médico que viajaria ao exterior e para os que ficariam.
Cuba levou à prática, igualmente, um programa de capacitação e prevenção nos países da África, América Latina e Caribe não atingidos pela epidemia do ebola. E se realizaram cursos nacionais e internacionais, junto a diversas atividades docentes nas províncias.
Cada organismo da Administração Central do Estado e os conselhos de Administração Provincial contribuíram para o plano de ação destinado à prevenção e controle da doença pelo vírus Ebola. Além disso, foi elaborado um programa integral de comunicação social para orientar a população como devia atuar.
Atendendo à sua vocação solidária, médicos e enfermeiras cubanos se ofereceram para combater o ebola na África. Trinta e duas brigadas cubanas participam no enfrentamento à doença na África, sob a coordenação da Organização Mundial da Saúde. Ao todo, são 4.048 cooperantes, dos quais 2.269 são médicos.
Aos países afetados pelo Ebola também foram enviados 256 profissionais da saúde do Contingente Internacional de Médicos Especializados no Enfrentamento a Desastres e Grandes Epidemias Henry Reeve, dos quais 165 trabalharam em Serra Leoa, 53 na Libéria e 38 na Guiné e conseguiram diminuir a mortalidade em pacientes por eles atendidos.
O enfrentamento ao ebola constitui mais uma formosa ação dos médicos e enfermeiras cubanos que muito contribuíram e continuam contribuindo para aliviar a dor e o sofrimento dos que, em diferentes lugares do mundo, são vítimas de epidemias e desastres naturais.
(I. Fait, 28 de abril)