Nesta terça-feira, 22 de março, atentados terroristas sacudiram a cidade de Bruxelas, a capital da Bélgica. Por enquanto, há 34 mortos e uns 200 feridos. Três artefatos explodiram: dois no aeroporto de Zaventem, o mais importante do país, e outro numa estação de metrô, perto do centro da cidade.
O número de mortos e feridos vai subindo à medida que passam as horas. A cidade está praticamente paralisada e conturbada pelos ataques.
Bruxelas é a sede das principais instituições da União Europeia e a explosão no metrô ocorreu debaixo de Rue de la Loi, entre a sede da Comissão Europeia e o gabinete do Primeiro-ministro.
Todas as entidades comunitárias estão em alerta laranja e as reuniões previstas hoje dentro e fora de suas instalações foram canceladas, informou a vice-presidente para o orçamento Kristalina Georgieva.
Sexta-feira passada, as autoridades belgas anunciaram a detenção de Salah Abdeslam, um dos supostos responsáveis dos ataques ocorridos em Paris, em novembro do ano passado.
É cedo para saber se os dois acontecimentos guardam relação, mas o que sim é evidente é que a serpente do terrorismo torna a atacar em países ou regiões que, de algum modo, são responsáveis, por ação ou omissão, de terem incubado o ovo do qual nasceu.
Todos sabem que a União Europeia, junto com os Estados Unidos, converteram várias regiões do planeta, principalmente no norte da África e Oriente Médio, num fervedouro de violência ao armar e preparar grupos irregulares que atuaram, e ainda atuam, contra governos que não são do agrado de Ocidente.
Estes bandos, entre eles o Estado Islâmico, possuem não só armas, mas também meios de transporte e modernas tecnologias de comunicação, acesso à internet inclusive, e acabaram se tornando uma ameaça global.
Vale recordar que dos 20 mil estrangeiros que segundo o Centro Internacional de Estudos para a Radicalização militam nesses grupos extremistas, perto de quatro mil são cidadãos europeus, entre eles 440 belgas. A maioria são franceses, alemães e britânicos.
Infelizmente, como tinha acontecido em Paris, em 2015, as vítimas dos atentados são civis inocentes, cujas vidas se apagam por culpa de um ódio brutal nascido de conflitos atiçados por interesses espúrios.
Os acontecimentos em Bruxelas, nesta terça-feira, deveriam acelerar as conversações em Genebra em busca de uma solução pacífica ao conflito da Síria, que, em cinco anos, provocou mortos demais e milhões de deslocados.
É hora que as potências reconheçam que só o fim da violência, das intervenções estrangeiras e outras formas de agressão poderá acabar com o terrorismo, um flagelo que enluta a consciência de toda nossa espécie.