Panorama eleitoral no Peru

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-03-29 11:14:30

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Faltando menos de duas semanas para as eleições no Peru, o panorama é incerto. A candidata de centro-direita Keiko Fujimori continua à frente nas intenções de voto, mas chama a atenção a subida para o 3o lugar de Verónika Mendoza, da progressista Frente Ampla.

Um simulacro de votação realizado há poucos dias mostra que Fujimori tem 32,1 por cento, mas a verdade é que o Júri Nacional Eleitoral ainda não se pronunciou definitivamente sobre o pedido de anulação de sua candidatura.

Nos próximos dias, esta instância deve revisar a decisão emitida pelo Júri Eleitoral Especial de Lima, que rejeitou um pedido de exclusão encaminhado contra Fujimori por suposta entrega de dinheiro a eleitores, um ato sancionado pela lei peruana com a retirada da candidatura.

A resolução do tribunal de Lima criou polêmica no Peru. Ao ser publicado quinta-feira à meia-noite, se adicionava o antecedente de que já tinha sido anulada a candidatura presidencial do empresário César Acuña por ter cometido exatamente a mesma falta.

A briga centrou-se no segundo lugar, que ocupa o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski com 16 por cento de intenções de voto, mas se vê ameaçado pela esquerdista Verónika Mendoza, que possui um pouco mais de 12 por cento.

Para os especialistas, se Keiko Fujimori não for excluída da campanha eleitoral, a luta deve se concentrar na possibilidade de passar a um segundo turno e derrotar a candidata de centro-direita, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, preso por corrupção e crimes de lesa humanidade durante seu mandato de 1990 a 2000.

Considerada continuadora do regime de mão dura de seu pai, a candidatura de Keiko despertou um forte movimento juvenil que aposta na derrota da representante do partido denominado Força Popular e assim evitar a vitória do modelo neoliberal que defende.

Por enquanto, foi convocada uma marcha nacional, que acontecerá na terça-feira da semana que vem, cinco dias antes dos pleitos, porquanto nessa data se completam 24 anos do “auto golpe” de Estado cometido pelo encarcerado Alberto Fujimori.

Nessa dia, o ex-presidente Fujimori, que está cumprindo uma sentença de 25 anos de cadeia, dissolveu o Parlamento e interveio o Poder Judicial.

Em meio a este panorama, evaporaram as propostas de planos de governo dos candidatos às eleições gerais. Uma grande polarização, os constantes ataques entre os candidatos caracterizam a situação que vive hoje o Peru, onde no próximo dia 10 de abril 23 milhões de votantes peruanos estão convocados para eleger o presidente, dois vice-presidentes, 130 congressistas e cinco representantes no Parlamento Andino para o período 2016-2021.



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