Instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional -FMI- e o Banco Mundial – BM – estão tentando acalmar os inquietos afirmando que não há risco de uma nova crise global, se trata apenas de um crescimento da economia mais lento do esperado. Porém, especialistas apontam para os riscos e os sinais de uma futura turbulência em nível geral.
Assim, apesar das recentes declarações de Christine Lagarde, diretora do FMI, que disse que a recuperação está sendo mais lenta do que se previu, mas não há sinal de crise, outros parecem se preparar para o pior.
Em Paris, uns 60 ministros de finanças, governadores de bancos centrais e representantes de instituições internacionais se reuniram para analisar temáticas urgentes, como o fluxo de capitais, a organização de mecanismos de segurança financeira e montantes e moedas das reservas financeiras.
Ao mesmo tempo, em Hangzhou, China, o Instituto de Pesquisas da Ásia e a universidade de Zheijiang convocaram ao seminário Visão 20, onde se analisaram quase os mesmos temas que em Paris.
Coincidência ou não, tudo indica que os especialistas estão preparando condições para enfrentar uma situação tão grave ou mais grave que a desencadeada em 2008 e cujos efeitos ainda estão aí, porquanto os problemas se repetem com maior frequência e mais intensidade.
O próprio FMI tinha comentado que a grande crise financeira de faz oito anos atrás causou danos profundos ao sistema monetário mundial.
A isto se deve somar a queda repentina dos preços das matérias-primas, principalmente do petróleo, a volatilidade das bolsas e do fluxo de capitais internacionais, capazes de desestabilizar países ou zonas geográficas, e as variações nas taxas de câmbio, que configuram um panorama inquietante no mundo de hoje.
Segundo o economista norte-americano e professor da universidade de Princetown, Paul Krugman, a principal lição de três décadas de crises consecutivas é que “a luta contra o fogo, depois de ser declarado, é um pobre substituto à prevenção de incêndios em primeira intenção”. Dito de outra maneira, segundo o jornalista do diário francês Les Echos, Richard Hiault, a melhor maneira de combater uma crise econômica é impedir que estoure.
Todos não compartilham seu ponto de vista. Na reunião de Paris, por exemplo, não estiveram presentes nem Janet Yellen, presidente da Reserva Federal Americana, nem Jack Lew, secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos faz ouvidos moucos ao clamor de construir um novo sistema financeiro internacional. E apesar do perigo, continua apostando no dólar como principal divisa mundial e também em manter controle total sobre o FMI e o BM, sem dar importância para os sinais de alarme que se multiplicam.