Golpe de estado parlamentar se consuma no Brasil

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-05-13 11:09:08

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Sem argumentos jurídicos ou provas determinantes, e a oposição da maioria dos intelectuais, políticos progressistas e organizações sociais e populares, o Senado do Brasil consumou o golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff autorizando o inicio do processo de impeachment contra a mandatária por um suposto crime de responsabilidade.

Assim, os legisladores cedem à pressão dos poderosos interesses do setor empresarial, os consórcios midiáticos e a direita nacional e internacional com o solapado apoio dos Estados Unidos.

Grandes corporações, como Monsanto e Syngenta, grupos financeiros liderados por Goldman Sachs, uniram seus nomes aos grupos brasileiros Globo, a revista Veja, Folha de São Paulo, os jornais britânicos Financial Times e The Economist, e o norte-americano The Wall Street Journal, para confundir a opinião pública e favorecer o golpe.

Umas 18 horas de discursos necessitaram 55 senadores para aprovar o impeachment contra Dilma, que só contou com 22 defensores nesse corpo legislativo. Assim, o Senado seguiu os passos da Câmara de Deputados em um evento vergonhoso, só comparável com os golpes acontecidos em Honduras, contra Manuel Zelaya, e no Paraguai, onde, com artimanhas, foi deposto o presidente Fernando Lugo.

Um dos espetáculos mais lastimáveis foi o comportamento do presidente interino da Câmara de Deputados Waldir Maranhão, que depois de ter admitido um recurso da defesa de Dilma Rousseff e anulado a votação de 17 de abril, deu marcha à ré à sua decisão.

Outro nome que passará à história das iniquidades é o do vice-presidente Michel Temer, cujas ânsias de poder levaram-no a abandonar a coalizão governante e virar as costas ao PT por 30 moedas de prata oferecidas pelos ricos e poderosos e dar na Dilma o beijo de Judas.

Se existisse o inferno de Dante, Temer seria destinado à porção mais escura do 9o círculo, a 4a zona, onde se castiga os traidores, mas particularmente, segundo o poeta florentino, os que defraudaram os grandes benfeitores da humanidade.

Consumado o golpe, restam 180 dias de luta judicial e popular que será encabeçada pela própria Dilma, e pelo fundador do PT Luiz Inácio Lula da Silva.

Organizações como o Movimento dos Sem Terra, os blocos Brasil Popular e Brasil sem Medo, as centrais sindicais e os movimentos estudantis irão às ruas para defender a dignidade, a democracia e a liberdade, ameaçadas pelos que pretendem devolver nossos povos à submissão e à desigualdade, converter-nos de novo em pátio traseiro de um império anacrônico, que buscar salvar sua vida, à custa das nossas.

 



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