Segundo a última pesquisa de opinião, a recém-criada coalizão UNIDOS PODEMOS aparece como a segunda força eleitoral nas eleições legislativas do mês de junho, na Espanha. Segunda colocada, logo atrás do Partido Popular PP, sendo o Partido Socialista Operário Espanhol PSOE terceiro.
Isto significa, entre outras coisas, o fim do denominado bipartidarismo nesse país europeu e a proximidade de um eventual governo progressista que responda às necessidades da população e não aos interesses do grande capital financeiro, responsável e, ao mesmo tempo, beneficiado pela atual crise.
Como se sabe, as eleições de dezembro passado terminaram em grande dispersão de votos e não houve nenhum partido capaz de formar governo no prazo estabelecido pelas leis, portanto, o rei Felipe VI dissolveu o Parlamento e convocou a repetir os pleitos em 26 de junho.
Com os olhos postos nas eleições do dia 26, a organização PODEMOS dirigida por Pablo Iglesias conseguiu uma importante aliança com Esquerda Unida, chefiada por Alberto Garzón, o que transforma o leque político espanhol.
Uma pesquisa feita pela firma NC Report assinala que a coalizão progressista obteria 900 mil votos a mais que o PSOE, embora essa diferença não se reflita em número de deputados que alcançaria cada um deles no futuro parlamento.
UNIDOS PODEMOS conseguiria de 76 a 81 cadeiras, já o PSOE teria de 80 a 81, revelou a pesquisa.
O PP de Mariano Rajoy continuaria sendo o mais votado e obteria de 125 a 130 deputados, mas ficaria bem longe dos 176 necessários para governar com maioria absoluta e formar governo sozinho.
Tudo isto poderia mudar nas próximas semanas se os partidos conseguirem empolgar a população e superar uma assistência prevista em 63,8 por cento.
A contenda será breve, mas intensa. A direita mais reacionária já começou a fazer campanha de medo ao difundir a versão de que um governo de esquerda levaria o país à ruína.
Naturalmente, não mencionam que após décadas de bipartidarismo, a Espanha já está na ruína e disso dão fé os mais de quatro milhões de desempregados, assim como milhares de famílias que perderam seus lares porque não puderam pagar as hipotecas aos bancos.
Se bem que a taxa de desemprego tenha baixado discretamente nos últimos 12 meses, não se trata de uma tendência firme. Só de janeiro a março de 2016 foram destruídos 65 mil postos de trabalho. A estas alturas, a direita não tem nada novo que mostrar na Espanha, como demonstraram milhares de pessoas que foram às ruas no último domingo em Madri para comemorar o 5o aniversário do movimento dos Indignados, que surgiu justamente das cinzas espalhadas pelo neoliberalismo por todos os cantos do país.