Os portos do Caribe, o da baía cubana de Mariel inclusive, devem receber benefícios econômicos ao ampliar-se o Canal do Panamá, cuja cerimônia de abertura foi prestigiada pelo primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel.

As novas eclusas, por onde passou o navio gigante chinês COSCO Shipping Panamá, permitirão a travessia diária de 10 a 12 embarcações de grande calado denominadas Neopanamax.

Após nove anos de remodelação do antigo canal a um custo de 5,2 bilhões de dólares, portos caribenhos modernizados esperam receber os navios que sulcam as águas da região e armazenam parte das mercadorias.

Nesse contexto, os cubanos inauguraram em janeiro de 2014 a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, a 45 quilômetros a oeste de Havana, com infraestrutura favorecida por uma baía larga, hoje em fase de dragagem.

A mencionada área de promoção econômica constitui o maior plano de construções e investimento do governo cubano e opera sob regime especial em matéria de alfândega, força de trabalho, impostos e seguro.

Seu objetivo é substituir importações, potenciar exportações, criar novas fontes de emprego e propiciar encadeamentos produtivos com as empresas situadas no resto do arquipélago.

A direção da Zona Especial de Mariel informou da recepção de quase 400 propostas de investimentos estrangeiros das quais mais de dez já foram aprovadas.

O porto de Mariel conta com vasto Terminal de Contêineres administrados pela firma PSA Internacional, de Cingapura, uma das mais importantes operadoras do mundo.

A instalação tem uma doca linear de 702 metros dotada de quatro guindastes conhecidos como super Postpanamax e uma capacidade para 250.000 contêineres de 20 pés.

Executivos empresariais panamenhos acham que o Mariel é um centro de distribuição ideal na rota do Canal.

Sem dúvida, o desenvolvimento do Mariel está ligado à sua interconexão regional, por isso resulta estratégico o novo Canal do Panamá a um país que necessita mais de 2,5 bilhões de dólares ao ano de investimento estrangeiro.

Tendo em vista as boas relações entre os dois países, uma delegação cubana de alto nível, capitaneada pelo primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel prestigiou a abertura das novas obras do Canal.

É a hora de iniciar a nova fase do transporte marítimo no Caribe aumentando o trasfego de mercadorias em navios de grande calado, provenientes do cone sul da América Latina e o Brasil com destino à Ásia.

Vários portos caribenhos e do leste dos Estados Unidos aspiram a armazenar uma parte dessa carga para facilitar a travessia de navios. O de Mariel reúne condições elogiosas.