Em temas meio ambientais, a notícia mais relevante em 2017 foi a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre a Mudança Climática, divulgada em 1o de junho pelo presidente Donald Trump.
O acordo tinha sido aprovado na capital francesa em dezembro de 2015 por 195 nações sendo considerada a conquista ambiental mais importante da história por seu alcance global e seus objetivos de longo prazo.
Em 2012 Donald Trump qualificou a mudança climática como “trapaça chinesa” para prejudicar a indústria norte-americana.
A decisão de Trump foi recebida com estupor pela comunidade internacional.
Em comunicado conjunto, Alemanha, França e Itália assinalaram que o Acordo de Paris não pode ser renegociado. Trata-se – afirma o texto – de uma pedra angular da cooperação entre países, um instrumento vital para o nosso planeta, nossas sociedades e nossas economias.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse, por sua vez, que o anúncio de Trump é uma grande decepção para os esforços mundiais concentrados em reduzir as emissões de gases que geram o efeito estufa, e propulsar a segurança global.
A saída dos Estados Unidos será efetiva dentro de três anos, segundo estipula a letra do acordo.
Nesta mesma linha, em novembro decorreu na cidade alemã de Bonn a Cúpula das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, conhecida como COP 23. Da reunião saíram fortalecidos temas como a luta contra a mudança climática e o Acordo de Paris.
Outro aspecto relevante da Cúpula foi a criação do Plano de Ação de Gênero em matéria climática, com plataforma que permitirá às comunidades indígenas terem voz nas negociações junto com outros compromissos da sociedade civil.
Igualmente, foi traçado o chamado Diálogo de Talanoa, segundo o qual os países deverão prestar contas na próxima cúpula de como vão potenciar a ambição de seus compromissos relativos à redução de emissões. A COP 24 acontecerá em dezembro de 2018 na cidade de Katowice, na Polônia.
A má notícia meio ambiental em 2017 foi a confirmação de que o lixo plástico nos mares, represas e rios aumentou ostensivamente. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente explica que o prejuízo econômico provocado pelos detritos que escoam nos mares do planeta monta em 9,47 bilhões de dólares ao ano. Se essa situação persistir, os mares do planeta vão se transformar em imensos depósitos de lixo e, em 2050, haverá mais plástico no mar do que peixes.
Em Cuba, o mais relevante do ano foi a implementação da chamada Tarefa Vida. É um programa de governo para o enfrentamento à mudança climática com base científica multidisciplinar, que dá prioridade a 73 dos 168 municípios cubanos, 63 deles em regiões costeiras e outros 10 no interior do país.
Engloba cinco ações estratégicas e 11 tarefas dirigidas a neutralizar os danos nas zonas vulneráveis, aprovadas a 25 de abril pelo Conselho de Ministros e constituem uma prioridade para a política ambientalista do país.
O ministério cubano de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente é o incumbido de implementar e controlar as tarefas contidas no programa.
Segundo o programa, não será autorizada a edificação de novas moradias nos assentamentos costeiros em risco; serão desenvolvidas concepções de obras adaptadas às inundações costeiras para as zonas baixas. E adaptadas as atividades agropecuárias às mudanças no uso da terra produzidas em consequência da elevação do nível do mar e a estiagem.
O programa almeja reduzir as áreas de cultivo próximas das costas, ou afetadas pela salinização.
A Tarefa Vida foi divulgada ao mundo na 39a Conferência Geral da UNESCO, realizada nos meses de outubro e novembro em Paris, pela ministra cubana de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente Elba Rosa Pérez.
Em setembro de 2017, quase toda a porção norte do arquipélago cubano foi castigada severamente, de leste a oeste, pelo furacão Irma, categoria cinco, que devastou dezenas de comunidades e fez prejuízos materiais milionários para a economia nacional. Apesar das medidas adotadas pela Defesa Civil, houve dez mortos no país.
O evento da natureza, durante seu percurso rumo a Cuba, arrasou as ilhas das Antilhas Menores, deixando atrás de si morte e devastação.
Estas foram as notícias mais relevantes ligadas ao meio ambiente em 2017.