Havana, 20 de novembro (RHC).- O ministro cubano de Saúde Pública, José Angel Portal, afirmou que o fim da presença no programa “Mais Médicos” no Brasil não foi uma decisão precipitada. Sublinhou que foi uma medida dolorosa, porém necessária levando em conta as condições e ameaças arvoradas pelo presidente eleito desse país, Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao site Cubadebate, Portal explicou que pela primeira vez nos 55 anos de colaboração médica noutros países Cuba enfrenta uma situação desse tipo, da qual não é responsável. As autoridades cubanas foram obrigadas a agir em defesa da dignidade profissional e humana dos cooperantes e sua segurança, frisou o ministro.
Lembrou que nos cinco anos de participação no “Mais Médicos”, mais de 20 mil profissionais da saúde cubanos atenderam milhões de cidadãos brasileiros em zonas pobres e longínquas do ponto de vista geográfico.
Quanto às reiteradas declarações de Bolsonaro sobre o assunto, disse que o presidente eleito faz um jogo político em prejuízo de cerca de 30 milhões de pessoas que terão afetado seu acesso ao atendimento médico. Apontou que Cuba não pode permitir que se coloque em dúvida o prestígio reconhecido de seus profissionais nem tolerar as ofertas malintencionadas e tendenciosas encaminhadas a que os colaboradores abandonem sua missão.