Havana, 20 de setembro (RHC).- O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, apresentou nesta sexta-feira em Havana o projeto de resolução contra o bloqueio dos EUA a esta Ilha, a ser votado na Assembleia Geral da ONU em outubro.
O documento se intitula “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. Textos semelhantes foram aprovados 27 vezes nesse órgão, porém, o governo norte-americano sempre fez ouvidos moucos e mantém sua política hostil, da qual o bloqueio é o eixo central.
“As medidas aplicadas pelo governo dos EUA como parte do bloqueio a Cuba incluem medicamentos e alimentos”, sublinhou Rodríguez, e mencionou que a companhia MediCuba fez pedidos a mais de 50 companhias norte-americanas para comprar insumos necessários ao sistema de saúde pública desta Ilha. A maioria sequer respondeu às solicitações, e outras se recusaram a vender os produtos por causa das proibições vigentes do bloqueio. Indicou que são crescentes as dificuldades de Cuba para adquirir matérias-primas destinadas à fabricação local de vários medicamentos.
“O governo dos EUA está aplicando restrições adicionais extremas contra as viagens a Cuba, principalmente contra os cidadãos norte-americanos. A proibição brutal e repentina à chegada de cruzeiros a este país é um exemplo notável”, frisou o ministro cubano das Relações Exteriores. Disse que o requisito de ter de pedir autorização ao Departamento do Tesouro para viajar a Cuba é uma ação de discriminação contra os próprios cidadãos norte-americanos.
“O governo dos EUA está aplicando medidas específicas, não convencionais, que implicam uma mudança qualitativa, uma maior agressividade e uma maior extraterritorialidade para impedir o abastecimento de combustível a Cuba desde diversos mercados situados na América do Sul, Europa e África do Norte”, denunciou o chanceler cubano.
Essas ações incluem ameaças diretas, perseguição a companhias de transporte de combustível, pressões contra governos de registro e bandeira das embarcações, ações contra companhias de navegação e empresas de seguros, apontou Bruno Rodríguez. Indicou que se trata de uma escalada que busca efeitos intimidatórios para gerar dificuldades adicionais à população cubana, e prejudicar cada família e cada pessoa desta Ilha.