Havana, 12 de junho (RHC).- Cuba anunciou as medidas a tomar nas três etapas previstas no processo de normalização do país após vencer a pandemia da Covid-19. O plano foi explicado no programa de televisão “Mesa Redonda” pelo presidente Miguel Díaz-Canel, o primeiro-ministro Manuel Marrero, e o vice-premiê e ministro de Economia e Planejamento, Alejandro Gil.
Díaz-Canel destacou que quase todos os municípios cubanos levam praticamente um mês sem registrar novos casos da doença, portanto estão em condições de iniciar o retorno a suas atividades normais. Ressaltou o engajamento da população nessa batalha e sua disciplina no cumprimento do isolamento social e outras medidas orientadas pelas autoridades para conter a propagação do Sars-Cov2.
Apontou que o número de contágios caiu notavelmente nas últimas semanas, igual que o de internados em UTIs e o de falecidos graças ao trabalho conjunto dos médicos, cientistas e demais envolvidos na tarefa de salvar vidas, e aos avanços da ciência e biotecnologia no país. Disse que a nova missão é evitar que a Covid-19 se transforme numa doença endêmica no país. “Estamos em condições de controlar a enfermidade”, garantiu. E ressaltou a importância de manter as pesquisas nos bairros e os testes no seio da população para detectar casos assintomáticos, isolando-os para cortar essa via de transmissão.
O presidente cubano explicou que a entrada em cada fase do processo de recuperação pós-pandemia será decretada em cada localidade levando em conta sua situação epidemiológica. “O retorno à normalidade das atividades produtivas e sociais será de maneira gradual, escalonada e assimétrica”, sublinhou. Isso determina que em Havana, a capital, o processo será mais lento por ser considerada a “cauda” da pandemia em Cuba.
Díaz-Canel apontou que por enquanto serão evitadas as atividades que envolvam grande aglomeração de pessoas, sobretudo em lugares fechados. “Temos de manter como norma o distanciamento físico, e continuar protegendo o pessoal de saúde”, afirmou referindo-se às medidas nas instalações hospitalares e demais centros do setor que permitiram, até agora, não ter de lamentar a morte de nenhum trabalhador dessa área por causa do coronavírus.
Por sua vez, o primeiro-ministro Manuel Marrero sublinhou que 13 das 15 províncias do país estão em condições de iniciar a primeira etapa, e muitas localidades já poderiam entrar na terceira pelos bons indicadores em termos sanitários. Para isso, foram estabelecidos os protocolos de saúde, restrições e atividades autorizadas em cada fase.
As medidas incluem o uso das máscaras, o distanciamento social, a higiene das mãos e a desinfeção em lugares públicos, a proteção de trabalhadores em tarefas de risco epidemiológico, a reativação de serviços médicos que tinham sido suspensos nos hospitais para dedicar o maior espaço aos pacientes da Covid-19, o restabelecimento gradual do transporte público e outras ações que dependerão da situação em cada região do país.
Quanto ao turismo, o premiê explicou que o setor será ativado em primeiro lugar para os clientes nacionais. Os visitantes estrangeiros chegarão numa etapa posterior, sob uma série de protocolos para evitar uma nova propagação da enfermidade em Cuba. As primeiras ofertas serão nas ilhotas do litoral norte e sul, sem acesso às cidades e demais localidades do país. Também, passarão por controles e acompanhamento médico nos aeroportos e instalações hoteleiras.
Nesta sexta-feira, o doutor Francisco Durán, diretor nacional de Epidemiologia do ministério do Turismo, informou de 14 novos casos positivos, todos detectados em Havana. Dos 2.233 contagiados até agora, já receberam alta hospitalar 1.902, ou seja, 85,2% do total. Ontem não houve falecidos pela Covid-19 em Cuba.