Museu da Revolução
O prédio que acolhe hoje o Museu da Revolução foi construído entre 1913 e 1920 para ser a sede do governo provincial, por decisão do general Ernesto Aubert, na época governador de Havana. O projeto foi dos arquitetos Rodolfo Mauri, cubano, e Pau Belau, belga, seguindo cânones da arquitetura eclética, e as obras assumidas pela General Contracting Company.
Em 1917, seu destino mudou. Mariana Seva, Primeira Dama da República, convenceu seu esposo, o então presidente Mario García Menocal, de transformá-lo em Palácio Presidencial e residência executiva. Ela tinha visitado o lugar e ficara encantada com a magnificência do imóvel e sua localização privilegiada, de onde podia ver os navios entrando e saindo da baía da capital.
O Palácio Presidencial foi inaugurado em 31 de janeiro de 1920. O térreo foi utilizado para áreas de serviço, a central telefônica, um gerador de eletricidade e quadras para cavalos e charretes, porque naqueles tempos não era frequente o uso de automóveis.
No primeiro andar encontramos os espaços mais importantes: o escritório presidencial, o Salão dos Espelhos, onde tomavam posse os chefes de Estado e apresentavam suas cartas credenciais os embaixadores, o Salão Dourado, a capela e a sala de jantar oficial e de gala.
A residência presidencial ficava no segundo andar, e no último a guarnição que protegia o lugar.
Após o triunfo da Revolução liderada por Fidel Castro em 1959, e até 1965, instalou-se ali a Presidência da República e o Conselho de Ministros. Em 1974, o outrora Palácio Presidencial converteu-se em sede permanente do Museu da Revolução.
Em 2010, foi tombado Monumento Nacional, e hoje é o museu de história mais importante do país pelo volume e valor do seu acervo, e também pelo trabalho cultural, histórico e político que realiza.
As peças mostradas no térreo correspondem a Cuba contemporânea, abrangendo o período de 1990 até hoje. Também existe um espaço monográfico sobre os fatos mais importantes dos 45 anos em que o imóvel foi sede da Presidência, e sobre como se transformou em museu.
O primeiro andar é dedicado à história da Revolução, com ênfase nas transformações sociais e econômicas ocorridas de 1959 a 1965. Também, o enfrentamento do povo cubano à escalada de agressões dos EUA, cujo ponto álgido foi a invasão militar por PlayaGirón, na Baía dos Porcos, em 1961, e a Crise de Outubro ou Crise dos Mísseis, no ano seguinte.
Quatro salas no segundo andar são dedicadas à etapa sob o domínio colonial da Espanha, a partir de 1492 – quando Cristóvão Colombo chegou a esta Ilha – até 1898, ano em que concluiu a guerra de independência e deu início a intervenção dos EUA no país.
A coleção sobre o período da República neocolonial começa com a implantação do governo interventor norte-americano em 1899 até sua instauração em 1902, e continua com referências aos sucessivos governos, a processos revolucionários frustrados e às principais figuras políticas precursoras da revolução de 1959.
Dessa última etapa se expõem fotos, documentos e objetos da luta armada iniciada em 26 de julho de 1953 com o ataque ao quartel Moncada, o desembarque dos expedicionários do iate “Granma” em dezembro de 1956, e os combates da guerrilha nas montanhas da Serra Maestra sob a direção de Fidel Castro.
No final do percurso, os visitantes passam pela Sala Memorial, dedicada aos comandantes Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Ali estão suas estátuas de cera, em tamanho natural, que se tornaram um símbolo da instalação.
Nas áreas exteriores, encontram-se veículos, blindados, armamento e outras peças interessantes.
À frente da entrada principal do prédio se conserva um trecho da antiga muralha que rodeava Havana na época colonial, erguida para protegê-la dos ataques de corsários e piratas, frequentes naquela época. Também, o blindado SAU-100 usado por Fidel Castro nos combates de PlayaGirón.
Na área que fica atrás do Museu da Revolução foram colocadas valiosas peças históricas relacionadas com a guerra de libertação nacional e as batalhas do povo cubano em defesa de sua soberania.
Ali foi erguido o Memorial Granma, um espaço protegido por paredes transparentes que guarda o iate do mesmo nome, no qual chegaram a Cuba em 1956, procedentes do México, os 82 revolucionários liderados por Fidel. Seu objetivo: iniciar a luta guerrilheira pela definitiva independência nacional.