“A Revolução Cubana! Eu venho a Cuba para conhecer de perto como foi possível fazer uma Revolução nos anos 60, a poucos quilômetros de distância dos EUA, quando os ianques eram praticamente donos da vida dos latino-americanos”, confessou um turista brasileiro. “Vim para ver com meus próprios olhos a dignidade de um povo”, sentenciou.
É claro que não todos os brasileiros são tão veementes, mas devemos reconhecer que a maioria dos que desembarcam aqui simpatiza com a Revolução cubana. “Cuba proporciona a seu povo saúde e educação, conquistas que a maioria dos países latino-americanos ainda não exibe”, asseveram. Gostam, também, da música cubana e se sente em casa aqui. “Os cubanos são muito cordiais, hospitaleiros, é como se a gente estivesse no Brasil”, afirmam.
Em termos políticos, Cuba e o Brasil se aproximaram muito durante os governos de Lula e Dilma. Numerosos acordos foram fechados nos dois governos de Lula y no primeiro mandato de Dilma, praticamente em todas as áreas, a saúde inclusive, com a ida de médicos cubanos ao Brasil para trabalhar em lugares inóspitos, onde as pessoas não recebiam atendimento apropriado até então.
Estas foram pinceladas do que os brasileiros acham de Cuba e dos cubanos. Neste breve artigo, falaremos do oposto, isto é, vamos lhes contar o que sabem os cubanos do Brasil e dos brasileiros.
Vocês sabiam que em Cuba o futebol é popular? É, é muito popular mesmo. Embora o esporte nacional seja o beisebol e os cubanos considerados entre os melhores do mundo, todos discutem e entendem de futebol. O Neymar é um ídolo, junto com o Messi e o Luis Suárez, o trio do momento. Quem gosta de um, tem de gostar do outro. Incrível essa amizade entre um brasileiro, um argentino, e um uruguaio, só mesmo no século XXI, tempos de integração, da família latino-americana, todos pertencemos à Pátria Grande. Aos poucos, vão sumindo as fronteiras e prevalecendo os objetivos comuns: livrar o continente da pobreza, dar uma vida digna a cada cidadão.
Sem mais rodeios, vamos entrar em cheio no artigo.
Pois bem, a maioria dos entrevistados sabe do Brasil através das telenovelas, música e futebol; gostaria de passar as férias no Rio de Janeiro, tomar banho em Ipanema, pular o carnaval e beber caipirinha. Acha que os brasileiros e cubanos são muito parecidos, compartilham tradições, pratos típicos e o sincretismo religioso.
Os cubanos são fãs dos filmes brasileiros. Aliás, a divulgação das fitas é favorecida pelo Festival Internacional do Cinema Novo Latino-Americano de Havana, que ocorre todos os anos, no mês de dezembro, desde 1979. Vale mencionar que na capital funciona um Cinema Clube, patrocinado pela embaixada do Brasil, que projeta filmes brasileiros, com entrada livre e apresentados por um crítico de cinema cubano.
“Para falar no Brasil em poucas palavras precisa-se de um esforço verdadeiramente… continental! Porém, é possível se focalizamos um tema, como eu farei, afirmou a professora de arte Julia Calzadilla. E falou no Aleijadinho. Disse ter sido cativada pela força de suas criações escultóricas e a ousadia de enfrentar uma doença degenerativa de seus membros que não impediu que talhasse com ferramentas amarradas às mãos e aos braços. “Ele é o ponto culminante do barroco mineiro, brasileiro e latino-americano. O Aleijadinho soube vencer a dor com a genialidade própria dos seres verdadeiramente eleitos, pondera Julia.
Machado de Assis, José de Alencar, Jorge Amado, Paulo Coelho, são os escritores mais conhecidos pelos cubanos.
“O Brasil é um país com uma cultura muito rica e ativa”, afirmou a professora aposentada Alba Rosa Martin Rodriguez, 82 anos. Sua diversidade cultural é impressionante e possui extraordinárias construções atípicas, projetadas pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, grande amigo de Cuba, explica, e diz logo que Brasília foi tombada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Verdadeiramente, é impressionante tudo que os cubanos sabem do Brasil. Eles conhecem desde o rio Amazonas, até as Cataratas do Iguaçu, passando pelo pôr do sol de Porto Alegre, as praias do Rio, o Pão de Açúcar, Corcovado, Roberto Carlos, Alexandre Pires, Elis Regina, e por aí vai.
Quem conhece os de lá e os daqui pode afirmar sem hesitar que brasileiros e cubanos têm um grande coração, são solidários, sensíveis, e acreditam em que um mundo melhor é possível através da unidade e a integração de todos os povos de Nossa América.