Nos Jogos Centro-americanos e do Caribe de Veracruz, disputados recentemente no México, Cuba recuperou sua supremacia regional, perdida em 2010 por não ter assistido ao evento. Nesta ocasião, os atletas cubanos abocanharam 123 medalhas de ouro, oito mais que os anfitriões mexicanos.
A delegação foi integrada por 543 esportistas, inclusive campeões olímpicos e mundiais. Apesar de não apresentar figuras em mais de 100 provas e da pressão de nações como o México, Colômbia e Venezuela, Cuba reassumiu a liderança regional iniciada nos Centro-Caribe de 1970. Sua ausência nos Jogos de 2002, em El Salvador, e de 2010, em Porto Rico, foi pela falta de segurança nesses países para seus atletas.
Em Veracruz, o México teve a vantagem de ser o país anfitrião. Isso lhe garantiu a presença de atletas em todas as provas e o respaldo dos espectadores.
O atletismo foi o carro-chefe da delegação cubana, com 23 títulos conquistados. Também brilharam o tiro esportivo com 14 medalhas de ouro, o judô (13), a luta e o remo, ambos com 10, e o boxe, que ganhou os 10 títulos em disputa. Também contribuíram ao triunfo cubano a canoagem e o ciclismo, com oito ouros cada. Merece destaque a ginástica artística, que após 16 anos sem títulos conseguiu ganhar quatro, e o pentatlo moderno, com dois.
No plano individual, vários atletas cubanos ratificaram sua classe, entre eles os campeões olímpicos Mijaín López (luta), Idalis Ortiz (judô), Leuris Pupo (tiro), Rafael Alba (taekwondô), Robeisy Ramírez, Roniel Iglesias e Julio César la Cruz (boxe), e Yarisley Silva e Yipsi Moreno (atletismo). Para a veterana Yipsi, esta foi sua despedida do esporte ativo.
A ciclista Marlies Mejías ganhou cinco medalhas de ouro nas provas de pista e estrada, e sua colega Lisandra Guerra levou quatro. O atirador Jorge Grau também conquistou quatro títulos, e o remeiro Angel Fournier três. O ginasta Manrique Larduet subiu ao pódio sete vezes, e o corredor Andy González foi campeão nos 800 e 1.500 metros.
Dois esportistas cubanos foram protagonistas de ações de alto valor humano. Fidel Antonio Vargas, de caiaque, se lançou n'água para salvar a vida de uma remeira que passou mal e estava se afogando, e Robelis Despaigne, de taekwondô, foi o primeiro em se preocupar pela saúde do seu rival a quem tinha nocauteado.
Nos esportes coletivos, Cuba brilhou no beisebol, no hóquei sobre grama (masculino e feminino), e no vôlei de praia, também no masculino e feminino.
Dos Jogos Centro-americanos e do Caribe de Veracruz participaram mais de 5.000 representantes de 31 países. Foram estabelecidos 56 recordes, deles 12 por atletas cubanos. No evento foram outorgados 104 passes aos Jogos Pan-americanos de Toronto, no Canadá, principal torneio do continente em 2015. Aliás, esse evento esportivo será a antessala da Olimpíada do Rio, no ano seguinte.