Havana, 8 de fevereiro (RHC).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou seu chamamento a defender a paz e a independência ao aderir ao abaixo-assinado que condena uma eventual intervenção militar dos EUA.
Falando na Praça Bolívar, em Caracas, Maduro afirmou que o povo se mantém unido para exigir o fim das agressões norte-americanas, cujo propósito é desestabilizar a economia e asfixiar os cidadãos. Disse que a formação de uma coalizão internacional liderada pelos EUA para atacar militarmente o país tem sido impulsionada pela intolerância ao modelo bolivariano e o afã de se apoderar dos imensos recursos petroleiros e minerais da Venezuela.
O mandatário sublinhou que o abaixo-assinado ratifica o direito à convivência e ao desenvolvimento autônomo sem ingerências, e anunciou que o documento será enviado ao presidente norte-americano, Donald Trump, como parte da campanha de paz.
Por sua vez, Diosdado Cabello, titular da Assembleia Nacional Constituinte, garantiu que o povo vai se manter nas ruas para defender a paz, a estabilidade e a soberania do país ante o intento golpista. Cabello falou num comício no estado de Aragua. Disse que é preciso evitar um confronto civil que deixaria grandes perdas humanas.
O chanceler Jorge Arreaza reiterou que o governo espera que a oposição participe de um processo de diálogo nacional para debater as diferenças políticas.
Na Rússia, a porta-voz da Chancelaria, Maria Zajarova, rechaçou a intenção dos EUA de usar a força para derrubar o governo legítimo da Venezuela. Disse que essa possibilidade, arvorada por funcionários norte-americanos, constitui uma violação direta da Carta da ONU que chama a se abster da ameaça ou utilização da força nas relações internacionais.
Zajarova mencionou informações em torno da visita de militares estadunidenses de alta patente a zonas fronteiriças com a Venezuela para instalar um posto de mando unificado que organize uma chamada operação humanitária. Disse que é o cúmulo do cinismo que Washington endureça o bloqueio à economia dessa nação, atingindo diretamente a população, e ao mesmo tempo fale em ajuda humanitária.
Em Montevidéu, a Conferência Internacional sobre Venezuela chamou a alcançar um enfoque global comum para respaldar uma solução pacífica, política, democrática e dos próprios cidadãos desse país. Participaram representantes do Uruguai, México, a CARICOM – Comunidade do Caribe e da União Europeia.